José Luiz de almeida e Silva
Gazeta das Caldas vai comemorar na próxima edição o 98º aniversário e vai caminhar a partir do dia 1 de Outubro para o 99º ano de vida, facto que nem muitos jornais nem mesmo empresas se podem gabar.
A longevidade, tanto nas pessoas como nas empresas, é um fator distintivo e merecedor do aplauso e do reconhecimento da sociedade, apesar de, no caso das pessoas o limite ser finito, enquanto que nas instituições o mesmo resultará da capacidade dos seus intérpretes e colaboradores em não as deixar morrer.
Se nos atermos à região das Caldas e do Oeste, não são muitas as organizações e empresas que chegaram a centenárias, não havendo uma atenção muito concreta para a ultrapassagem dessa barreira mítica.
Apesar de grave crise que os media atravessam em Portugal e no mundo, e especialmente os media impressos em papel, face às transformações tecnológicas havidas e à mutação nos hábitos dos leitores e dos anunciantes, que estão a levar as classes mais jovens a abandonar ou minimizar estes meios comunicacionais, pelo que o futuro problematiza-se.
Temos a convicção que melhores dias surgirão, quando a sociedade entender a importância dos meios tradicionais coexistirem com os meios mais modernos, devendo respeitar-se e valorizar-se o património existente e que será insubstituível, mesmo que outros meios imateriais dominem cada vez mais a sociedade.
É este desafio que nos mobiliza para chegar até aos cem anos, sabendo que a sociedade reconhecerá este valor perene e saberá reconhecer o quanto deve a quem atravessou tão longo período de tempo. Nos países mais desenvolvidos este facto é iniludível e aceite pela sociedade como um custo de um património insubstituível. Esperemos que Portugal e a região o saibam também reconhecer. ■