A Cidade do Optimismo

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Gazeta das Caldas - Paulo Caiado
Paulo Caiado
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Enquanto caminho, feliz, pelas ruas da minha cidade iluminadas com as decorações de Natal, dou por mim a questionar como é possível ainda haver tanta gente a criticar o investimento nelas feitas.
Existem pessoas que não gostam do Natal nem de nada que se lhe associe. Algumas têm razões de ordem afectiva para assim procederem, a perda de entes queridos, a ruptura da estrutura familiar. Existe, contudo, um outro grupo de pessoas que tem uma visão puramente materialista e grosseira da economia e não entende o conceito de investimento reprodutivo como são as decorações e os eventos de Natal.
Para estas pessoas, o dinheiro seria melhor aplicado noutras áreas.
O problema das sociedades é que os recursos são escassos e as necessidades são muitas. Sendo assim há que, não só procurar dispersar os investimentos pelas várias áreas carentes, estipulando prioridades, mas também entender que há despesa que se consome em si mesma e há investimento que se reproduz e que com isso vai permitir gerar outros recursos financeiros que satisfarão as necessidades sentidas noutras áreas.
É o caso das iluminações de Natal. Podemos não ver as notas a caírem do céu e a cobrirem a calçada mas acreditem que não é por questões religiosas mas meramente económicas que dezenas de autarquias em Portugal e milhares em todo o mundo investem em iluminações natalícias e em eventos relacionados com a quadra.
As iluminações de Natal, tal como as decorações e paradas de rua do Ano Novo Chinês e de outros eventos pelo mundo, são um investimento numa riqueza social imaterial, intangível, que se chama optimismo. A beleza das decorações e dos eventos traz alegria, espirito de união familiar e social, esperança e optimismo. Traz as pessoas à rua e traz pessoas de outras cidades e países às nossas ruas. Com as ruas mais movimentadas, são as pessoas da nossa própria cidade que saem também elas à rua. Os sorrisos trazem optimismo, afastam a depressão. As lojas enchem-se de gente porque funciona aquilo que gera cerca de 70% das compras de Natal, as compras por impulso.
As lojas vendem mais, os restaurantes e esplanadas enchem-se de gente, há maior facturação. O maior movimento gera maior emprego e gera também maior optimismo na contratação e no investimento em pequenas empresas. Criam-se mais postos de trabalho, criam-se empresas.
Tornar uma situação sazonal e precária num desenvolvimento sustentado passa então a ser o desafio seguinte para a autarquia e para os empresários.
Em economia não pode ser Natal todos os dias mas pode-se criar condições que tragam a tal sustentabilidade.
Parabéns à autarquia pelo excelente investimento no filme da SIC “Um Desejo de Natal” que foi transmitido no passado dia 23 de Dezembro. O facto de ter sido rodado já nesta quadra terá impedido de ser transmitido uma semana mais cedo. Não consigo imaginar o impacto que teria no comércio e na hotelaria e restauração da cidade se houvesse tempo para sentir os resultados da extraordinária promoção da cidade neste filme.

Paulo Caiado

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