Pronto, era de esperar. Já começaram as críticas de que também só sei falar mal… Até parece que mal dizer bem, é coisa fácil e não exija inteligência, e isso não seja um património a preservar.
É que parece que quem faz, parece que não pensa, e que quem parece que pensa, parece não ser capaz de fazer. E no meio de todas as aparências, pedem-se pareceres e contra pareceres, a entidades que parecem idóneas, mas que parecem nada poder.
Aparentemente, todos estão de acordo sobre o bem a salvaguardar, mas as soluções apontadas, parecem perder-se no labirinto promiscuo dos interesses pessoais e partidários, em gabinetes, secretarias, assembleias e ministérios, em jogos de encosta, empurra e encrava.
O mal é geral, e o circo está montado. Os palhaços estão na moda e o ilusionista mor, esgotou os coelhos da cartola e já não consegue disfarçar, que a canção do Vitinho, nunca foi de embalar, mas sim uma embalagem descartável, com publicidade enganosa.
Há que manter a fachada, se não se é, pareça-se. A prática favorece prepotências e arrogâncias. A transparência, é um sinal de alarme. Sempre que ouvir a palavra, desconfie, o risco de estar a ser enganado é enorme. E a Solidariedade oficial, é apenas mais uma palavra, por acaso de difícil dicção, enrolando-se facilmente a língua na pronúncia.
Na incapacidade de promover processos de mudança e de reforma, faz de conta que sim. A receita é velha e bem conhecida dos mandantes locais e nacionais. Dividir para reinar, nada original, mas sempre actual. Arme-se grande confusão e alarido, há que saber pôr as pessoas, umas bem contra as outras, em exercícios pseudo, de democracia e altruísmo social. Em 1º lugar, há que escolher e acusar os culpados. Fácil. Se há problemas com as pensões, de quem é a culpa? Dos reformados, como é óbvio. E por aí adiante, na saúde, na educação, na justiça, no comércio, na indústria… O esquema chega a ser brilhante, de tanta simplicidade, e assenta numa verdade insofismável e à la Palisse. Afinal, a culpa de morrermos, é nossa, por teimarmos em estar vivos, até ao momento final. Ah estás a morrer? E não querias? Quem te mandou estar vivo?
Está tudo previsto, regulamentado, avaliado e certificado.
Por cá, mais do mesmo. No fundo, de quem é a culpa de haver problemas com Termais, hospitais e outros bens patrimoniais? Já perceberam, da Rainha, pois claro. Sim, porque se a minha prima, que muito estimo, não tivesse tido a ideia de aqui fundar um hospital, e não o tivesse feito com o compromisso de servir o povo, não tínhamos agora toda esta trapalhada, com o património, a história, a identidade. Já podem os governantes e gestores da coisa local dormir descansados. Já existe o desejado bode expiatório. Afinal, a culpa é da Rainha.
Triste sina Leonor. A tua cidade, o teu hospital, na mão de pobres, sim, mas de espírito.
Vou ali, já venho.
Leonor Tornada
leonor.tornada@gmail.com