A dúvida que nos fica!

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José Luiz de Almeida Silva

Quem tiver o objetivo no futuro de analisar o 1º quarto do século XXI de Portugal, vai encontrar num período tão curto da história do país, acontecimentos e transformações inesperadas e abissalmente diferentes, dificilmente compreensíveis. E, em muitos casos, resultantes de eventos externos, apesar das responsabilidades internas, que seriam difíceis de antecipar.
Logo no início, o ataque às torres gémeas nos EUA, criou momentos de viva tensão mundial, levando às invasões do Iraque, do Afeganistão, etc, como depois a algumas “revoluções coloridas e não violentas” em países do ex-bloco de leste e islâmicos. Simultaneamente ocorreram vários desastres naturais que criaram uma consciência emergente de que o Planeta estava à mercê de fatores novos.
No final da 1ª década uma crise económica bolsista surgida nos EUA, estendeu-se rapidamente a todo o mundo, como o Brexit e os atentados terroristas em vários países, acrescentaram crise à crise já existente.
No final da década seguinte, mais algo que nunca havia sido pensado pelo Homem, como hipótese real, que foi o surgimento de uma pandemia, que, em poucos meses, encerrou o mundo, com uma doença inesperada cuja cura não era conhecida. Finalmente, e já nos últimos tempos, invasão da Ucrânia e o conflito em Gaza, juntaram mais pólvora a um mundo já de si problemático.
Em Portugal, sentiram-se todos estes momentos de forma profunda, não sabendo muitas vezes como resolvê-los, com as sequelas que foram marcando o terreno com os variados deslizes políticos, num sentido e noutro, que culminaram com eleições antecipadas, que alteraram maiorias, que, em momentos diversos, não souberam guardar estabilidade. Chegámos hoje a um cenário dificilmente esperado para o analista mais pessimista com a maioria periclitante encontrada. Provavelmente, quem viver daqui a outro quarto de século, sorrirá olhando para trás ou talvez não? ■