A Relação entre Património, Segurança e Turismo

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Teresa Leal
CEO na Teresa Vai de Férias

Pela segunda vez, num curto espaço de tempo, os pavilhões do parque foram afetados por incêndios que, juntamente com os anos de abandono que acumulam, podem colocar em causa a sua sobrevivência.
Os pavilhões do parque são parte do património cultural da cidade e apesar de aguardarem uma nova vida não podem ser deixados ao abandono pelo que a culpa não deve morrer solteira.
As razões destes incêndios, sendo que na base poderá estar a segurança dos edifícios e por sua vez das pessoas que frequentam o parque, poderá não estar a ser devidamente assegurada uma vez que a situação se repete, pelo que é urgente tomar medidas no sentido de prevenir males maiores.
A relação entre a preservação do património, a segurança de pessoas e bens e o turismo está profundamente ligada porque muitas das motivações, profundas, que levam à escolha de um destino turístico é a descoberta do património cultural. Por outro lado, a conservação do mesmo cria um sentimento na comunidade de pertença e proteção uma vez que este é o maior legado que se pode deixar para o futuro, ou seja, é o património cultural que vai contar às gerações futuras quem nós somos e qual a nossa identidade.
O potencial do turismo cultural da cidade das Caldas da Rainha, que é reconhecida pela UNESCO como Cidade Criativa é imenso, mas para que se possa desenvolver é importante que exista consciência de que o tipo de turista que procura a cidade é movido por experiências diferenciadoras e por um estilo de vida único sendo que a sua escolha recai sobre locais onde o património cultural, material e imaterial, é cuidadosamente conservado por todos.
Não ter estes aspetos em linha de conta, gera em quem nos visita, uma sensação de desconforto e até de insegurança porque locais vandalizados são lugares que não são cuidados e por isso a evitar.
Para que exista uma simbiose duradoura entre turismo, património e segurança é preciso ter em conta que é fundamental preservar, conservar e divulgar a nossa diversidade cultural, proporcionando a quem nos visita experiências de qualidade, no sentido de que a vantagem economica que daí advém, possa servir para a criação de recursos, que promovam a educação e em simultâneo o desenvolvimento de estratégias que promova a melhoria da qualidade de vida dos residentes no território.
O turismo é, se quisermos, mais do que um simples fluxo de pessoas com o consequente retorno financeiro, mas um motor económico e até um ponto de reflexão sobre o que melhorar e como o fazer para que a cidade seja um polo de desenvolvimento económico e social bem como de preservação de bens e valores patrimoniais. ■

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