Ontem deparei-me com uma situação a que não pude ficar indiferente. Aliás, acho que se ficasse indiferente estaria a cometer um grave delito por omissão.
Quando me dirigi ao Continente de Caldas da Rainha para comprar fiambre de peru, verifiquei que as funcionárias punham de lado os cantos do produto (com aproximadamente 350/400g cada). Questionadas sobre esse procedimento, confirmaram a minha suspeita: todas as sobras da charcutaria, os cantos das barras, aparas, frangos assados que não tenham sido vendidos, bem como demais comida ali confeccionada (há sempre uma sopa e um prato do dia e salgados vários) têm como destino o lixo!
Estamos a falar de uma quantidade considerável de comida que é desperdiçada todos os dias, numa empresa que pertence ao grupo Sonae, que se auto-intitula socialmente responsável.
Nem as funcionárias têm autorização para consumir estas sobras, nem para as doar a ninguém.
Se esta atitude é reprovável em todos os tempos, neste tempo que vivemos é completamente condenável!
Ainda mais sabendo que, por força das minhas funções, tenho conhecimento que há habitantes desta área geográfica que, por variadas razões, estão a passar sérias privações.
Vou utilizar todos os meios ao meu dispor para fazer com que o Continente autorize alguma ou algumas IPPS a fazer a recolha desta comida e a entregá-la ou a disponibilizá-la a quem dela precisa!
Peço-vos encarecidamente que façam o mesmo!
Orlanda Pereira Costa
NR – Gazeta das Caldas deu conhecimento desta carta à Sonae, convidando-a a replicar, mas não obteve qualquer resposta
Cara Orlanda,
esta política não é definida pela Sonae, mas sim pelas autoridades para a segurança alimentar. É com eles que deverá falar. O mesmo acontece nos restaurantes.