A Semana do Zé Povinho

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Os sinais de entendi mento entre responsáveis (outrora de candeias às avessas) em certos momentos cruciais na história das instituições, são de destacar pelo exemplo em termos de cidadania.

Zé Povinho gostou de ver três ex-responsáveis pelo Hospital Termal e pelo então Centro Hospitalar das Caldas Rainha, Drs. Mário Gonçalves, Jorge Varanda e Vasco Trancoso, virem a terreiro defender o património herdado da Rainha D. Leonor e apresentar posições semelhantes sobre o futuro das termas caldenses.

Por controversas que sejam as ideias agora defendidas, à luz das correntes actuais da governação portuguesa, de entregar os patrimónios a quem se oferecer para tomar conta, é salutar que venham questionar de forma tão acutilante estas novas tendências.

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Pena que tantos anos depois da Revolução de Abril ainda se continue a discutir o problema termal caldense, quase como se fazia no início, sem fim consistente à vista, falta de interesse do Estado, ou mesmo de investidor sério e conhecedor do negócio termal.

Por tudo isto, Zé Povinho saúda os três ex-administradores por se terem levantado juntos neste momento contra uma certa indecisão estatal que pode gerar soluções inevitáveis e irreversíveis, e só lamenta as energias que se perderam ao longo de tantas décadas, nunca tendo havido uma linha de entendimento para colocar as termas caldenses no bom caminho.

A saída da Dra. Joana Patuleia não foi uma boa prenda de Natal para o presidente da Câmara do Bombarral, José Manuel Vieira, que perdeu assim o seu braço direito no executivo do município.

Com a saída da sua vice-presidente, cujo trabalho era unanimemente elogiado, o edil perdeu também a pessoa que mais experiência tinha em gestão na administração pública e que não se limitava a pairar pelo município, antes tendo uma postura pró-activa de querer resolver os problemas.

Acresce para José Manuel Vieira que a situação financeira da Câmara do Bombarral é, como ele próprio reconhece, “constrangedora”. Já o seria se o cenário nacional não fosse de crise, mas é pior ainda num ano que se avizinha de recessão e com as receitas da autarquia a descerem, incapazes sequer de suportar a maioria das receitas correntes.

Uma crise política era a última coisa que o presidente da Câmara agora necessitava. Zé Povinho não lhe inveja a sorte.

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