Aeroporto na Ota – porque não?

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O Governo decidiu que afinal a construção de um novo aeroporto, além Tejo, já não seria realizável.
Face à crise, esta obra não é para já possível, de levar por diante.
No entanto tem vindo a avolumar-se a ideia de transformar uma das bases aéreas ao redor de Lisboa, num aeroporto low-cost (para companhias de baixo custo), o chamado Portela +1.
Na imprensa têm surgido notícias de que o próprio primeiro-ministro, realizou algumas visitas, nomeadamente à Base Aérea do Montijo para se inteirar dessa real possibilidade.
Com o crescente aumento da procura junto deste tipo de Companhia aérea, o aeroporto de Lisboa começa a dar sinais de alguma saturação.
Todos estamos lembrados do que aconteceu com o Aeroporto da Ota.
Todo o Distrito de Leiria e Lisboa norte, defendeu com unhas e dentes a construção do novo aeroporto na Ota.
Foram anos de trabalho, de reuniões, de estudos, de encontros, conferencias e debates.
Foi criada uma Comissão com personalidades de grande relevo.
Toda a sociedade desta região, se envolveu com todo o entusiasmo na defesa da Ota.
Autarcas e empresários, foram dos mais entusiastas nessa defesa.
Criaram-se expectativas muito altas. Fizeram-se investimentos, condicionaram-se outros, alimentou-se durante anos a expectativa de toda uma população que acreditou que essa infraestrutura viria para a Ota.
Com um golpe de mágica, ruíram todas as expectativas com o anúncio de que já não seria na Ota a construção do novo aeroporto.
Com o agora ressuscitar da criação de um aeroporto ao redor de Lisboa, perfilaram-se já as autarquias de Vila Franca de Xira (base de Alverca); Montijo (base do Montijo); Sintra (base de Sintra).
Quando da Assembleia da Comunidade Intermunicipal do Oeste, chamei a atenção para que o Oeste, nomeadamente, não desperdiçasse este momento de se perfilar como candidato a tal possibilidade.
Também Ota está no perímetro de Lisboa.
Repeti a mesma chamada de atenção na última Assembleia Municipal de Caldas da Rainha.
Com a exceção do Presidente da Região de Turismo do Oeste, poucas tem sido as vozes a levantarem-se em defesa desta oportunidade.
Se há justeza para se colocar a Ota em primeiríssimo lugar, é esta região, que viveu um sonho, seguido de um grande e profundo pesadelo, com a mudança repentina para o além tejo.
Voltar a esquecer ou omitir para que não seja equacionada, a base da Ota, é do ponto de vista ético e politico uma nova traição a toda a população desta grande Região.

Jorge Sobral