ANNUS MIRABILIS – Atitude positiva

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A atitude, essa pequena coisa que faz uma grande diferença (W. Churchill), é talvez a dimensão humana mais estudada pelos cientistas sociais. Gordon Allport foi pioneiro no estudo das atitudes, tendo-a definido como uma predisposição para agir, de forma favorável ou desfavorável (ou neutra), em relação a qualquer aspecto da realidade objectiva ou subjectiva. Embora cada indivíduo revele, geralmente, um padrão atitudinal relativamente coerente e consistente – baseado na sua personalidade, valores e modos habituais de pensar, sentir e agir –, ele pode e deve escolher a atitude a tomar em cada caso, tendo em conta a sua especificidade. Afinal, se não podemos controlar a direcção do vento, podemos ajustar as velas ao vento que sopra.
De acordo com a investigação realizada pela Confraria dos Sortudos, as pessoas bem sucedidas tendem a ver o copo meio cheio, em vez dele meio vazio, ou seja, a assumirem predominantemente uma atitude positiva. Geralmente, essas pessoas interessam-se mais pelas vantagens e benefícios das coisas, do que pelas suas desvantagens e prejuízos – sem, no entanto, os descurar –, prestando mais atenção ao que é útil e vale a pena, ao que evita ou resolve problemas, e a tudo aquilo que constrói e ajuda a andar para a frente. Ao fazê-lo, esses sortudos desenvolvem um quadro mental positivo, o qual funciona como um ciclo ou espiral de virtuosidade. Scott Hamilton, vítima de várias doenças graves antes e depois de se tornar campeão olímpico de patinagem, dizia que a única incapacidade na vida era uma má atitude.
Na relação com os outros, a atitude positiva manifesta-se na vontade de compreender e colaborar com as pessoas, por mais diferentes que elas se apresentem. Nesse sentido, a atitude positiva é a maneira empática e inteligente de estar bem na vida, colhendo os frutos dos relacionamentos positivos que se estabelecem. Se dúvidas houvesse de que as pessoas com sorte – o que quer que esta signifique para cada indivíduo – praticam o bem e buscam soluções vantajosas para todas as partes, aqui se reproduz um dos principais lemas que inspira a Google de Page e Brin: “Não praticar o mal. Nós acreditamos profundamente que, a longo prazo, seremos melhor servidos por uma empresa que faz coisas boas para o mundo, ainda que renunciemos a alguns ganhos imediatos. Este é um aspecto importante da nossa cultura, amplamente partilhado dentro da empresa”. É que, como afirmou um dia Einstein, a fraqueza de atitude transforma-se numa fraqueza de carácter.

José Rafael Nascimento
jn.gazeta@gmail.com

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