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Filipe Mateus
Inspetor, professor do ensino superior, formador
Nos últimos dias temos vindo a assistir a debates televisivos, entrevistas de candidatos, comentários sobre as entrevistas, a toda a hora. De facto, assistir a debates televisivos ao final da tarde e à noite é um programa que requer alguma paciência e tempo despendido sobre as vãs promessas eleitorais e muita arte de ilusionismo dos vários oponentes.
O leitor terá oportunidade de poder dissecar as promessas eleitorais dos vários partidos, contudo assiste-se a um conjunto de hipotéticas medidas dos candidatos nos seus programas eleitorais, acabando por vezes algumas delas, serem semelhantes aos diferentes partidos. Nesses debates televisivos, muitas vezes, somos presenteados por uma verborreia de quem fala mais alto ou nem deixe falar o seu opositor, uma arte só ao alcance de alguns. As diferentes sondagens também ajudam ao cenário circense que se vive nestes dias.
Assiste-se a diferentes estratégias comunicacionais, dos vários partidos oponentes às eleições legislativas, tudo serve para agitar a opinião pública, desde ataques a cada opositor por defender determinado partido, as hipotéticas gerigonças que possam ocorrer no pós dia 10 de março, o aproveitamento de notícias paralelas que acontecem no país, desde a greve das forças militarizadas (polícias), médicos, agricultores,… por melhores condições salariais, os negócios nebulosos de autarcas, para não falar de futebol (sempre suspeito!!!). Neste caso, como se costuma dizer cada um faz pela sua vida. Se é correto ou não, compete à justiça poder decidir, caso tenha de intervir…
O que é preocupante é a deficiente explicação (argumentação) dos candidatos às suas promessas eleitorais. Aproveita-se o desconhecimento do povo em diversos assuntos, para passar a mensagem que estamos num mundo virtual, mas não real. Neste caso destaco algumas promessas transversais que soam bem ao eleitorado, mas que deviam merecer alguma atenção na sua explanação em termos financeiros, humanos e societários, e em muitos casos deturpa-se a verdade. Assuntos tão sensíveis, como impostos, sobretudo o IRS, a habitação, a educação (tão maltratada), a imigração e a saúde terão de ser tratados de forma cuidada e cabal de modo a transmitir ao eleitorado os seus verdadeiros impactos.
Porém, caberá ao leitor no dia das eleições legislativas, poder expressar-se pelo voto as suas convicções políticas, ideológicas, ligações de amizade e familiar nos candidatos que julgue ser os melhores e os mais bem preparados para poder governar o nosso país. Acima de tudo vote! ■