Encomendei um produto que foi expedido, via CTT, a partir da região de Lisboa, mas que foi devolvido à origem porque não encontraram a morada do destinatário, a minha, numa rua onde só moram duas famílias, cada uma em seu lote, cada qual com um nome ostentado à entrada e que faz parte e distingue os respetivos endereços.
Alegadamente a encomenda foi devolvida porque o remetente não tinha colocado o número de rua que, por ter sido recentemente atribuído, as propriedades não apresentam, o que nunca foi impeditivo.
À segunda tentativa, desta feita através do serviço mais dispendioso, o CTT Express, recebi uma mensagem de texto alertando que a encomenda seria entregue nesse dia, num horário com a amplitude entre as 9h e as 19h. Por essa razão dediquei todo o meu santo dia a essa “espera galego”. Esforço não compensado pois, “à esperar morreu o boi”, eu!
Como “quem espera sempre alcança”, qual o meu espanto quando no dia seguinte, atendo uma chamada da distribuição dos CTT a dizer que estavam à porta do meu endereço para a entrega. Dada a minha ausência a solução foi deixar o aviso.
Foi assim que, para levantar a bendita encomenda precisei me deslocar ao lugar de uma superfície comercial, mais um estre várias na zona industrial de Caldas da Rainha em que o posto de correio tem saltitado, mas até recentemente, sempre com espaços específicos a funcionar como estação, apesar de inexistência de transporte público para o local.
Lá fiz uns quilómetros até esse lugar quando, com choque, constato que o posto de atendimento dos CTT passou a funcionar numa reduzida zona contígua a uma linha de caixa de uma superfície comercial de produtos agrícolas, com um A4 a dizer “Não temos multibanco”. Incrédula, ainda deixei no ar a pergunta, sem resposta, se seria provisoriamente por motivo de obras.
Recebi finalmente a encomenda que ostentava um papel colado com o título “Entrega não conseguida”, com o quadrado para a inscrição cruzado com a “razão” – Destinatário Ausente, embora apresente a data do dia seguinte ao confirmado para a entrega.
Pedi o livro de reclamações e foi-me dito pela anterior funcionária dos CTT, mas que agora enverga a bata da dita superfície comercial, que “isso é com a distribuição”, pelo que ou reclamava via internet ou teria que me deslocar até à distribuição na outra extremidade da zona industrial.
Insisti que teria que disponibilizar o livro de reclamações pelo que me foi disponibilizado o único livro de reclamações, que é o do concessionário.
É caso para dizer acerca dos CTT que nada têm de tolos pois, “Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é tolo ou não tem arte” e estes servem-se de muitas, senão todas, as artes!
Maria João Melo
NR – Gazeta das Caldas contactou os CTT sobre a redução das instalações do posto da Zona Industrial, mas não obteve resposta.