A corrida mista de encerramento da temporada na Nazaré, a 7 de Setembro, resultou num grandioso espetáculo, dos que não se esquecem e onde todos triunfaram de verdade.
A anteceder o espetáculo os intervenientes compareceram no Santuário de Nossa Senhora da Nazaré, onde se realizava uma procissão de velas englobada nas festas locais. Aí receberam uma bênção especial e depois desfilaram em veículos puxados por cavalos até à Praça de Toiros, acompanhados pela banda.
Os toiros de Falé Filipe, muito bem apresentados, colaboraram no geral proporcionando um emotivo espetáculo.
João Moura Júnior esteve em plano de triunfo com bregas ajustadas, toureando realmente, com ferros sobretudo os curtos de grande impacto e verdade toureira, em ambos os toiros. Na primeira lide o cavalo escorregou na areia o cavaleiro caiu, mas voltou a montar ainda com mais vontade. Na segunda o triunfo foi ainda maior perante um toiro de grande qualidade.
Luís Rouxinol Júnior também esteve bem deixando ferragem de mérito e triunfando igualmente, sobretudo na segunda lide pois o primeiro toiro era o menos claro dos que couberam aos cavaleiros e também ele viu o cavalo escorregar passando por um susto.
Felizmente o toureio a pé voltou à Nazaré e ao mais alto nível agradando completamente ao público presente. Nuno Casquinha, muito rodado, desenvolveu duas grandes lides quer com o capote (breve mas inspirado), quer com as bandarilhas onde é mestre e ainda convidou o novilheiro João Martins para um bom par e sobretudo com a muleta. Mandão e poderoso, desenvolveu faenas meritórias por ambos os lados, abrindo o compasso das pernas e levando os toiros com temple na muleta, incluindo os desplantes. Teve o engenho e a arte para não ser apanhado pelo perigoso toiro que lidou em primeiro lugar e para aproveitar toda a nobreza e codícia do magnífico segundo (o ganadero deu volta com ele).
Para os forcados a noite não foi fácil mas os dois grupos estiveram bem e resolveram com mérito e coesão os problemas criados pela força dos de Falé Filipe.
Por Coruche pegou à 1ª, tecnicamente bem e prontamente ajudado, João Prates frente a um toiro de 500Kg que não complicou. Pegou meritoriamente à 3ª, com ajudas mais carregadas e a resolver com coesão, Bruno Matias perante um toiro de 550kg que ensarilhava e investia violentamente.
Por Caldas Duarte Manoel pegou à 3ª com todo o mérito e vontade um poderoso toiro de 540Kg que foi o menos colaborante da corrida, com o Grupo a carregar coeso resolvendo o problema. Na 1ª esteve tecnicamente bem e aguentou violentos derrotes mas o grupo tardou um pouco e acabou por sair magoado na perna o que o deixou diminuído. Pegou também muito bem, com muita vontade e técnica, bem ajudado, Duarte Palha à 2ª, perante um toiro violento com 560Kg (o maior da corrida). Na 1ª o toiro virou muito rapidamente o pescoço não lhe dando hipóteses.
No final da corrida, por iniciativa de Nuno Casquinha reuniram-se todos os intervenientes no centro da arena sendo bastante aplaudidos e saindo em conjunto com os dois grupos e forcados lado a lado em confraternização.