CAIXA NEGRA. REFLEXÃO SOBRE A VIDA E A MORTE DA CULTURA NA CIDADE

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PAULA CARVALHO. A Maestrina da felicidade

O Caixa Negra entrevistou a Dra. Paula Carvalho em 2017 no programa de rádio da Mais Oeste Radio, e foi aí que durante uma hora falámos do seu ofício de dar alento e esperança, a todos aqueles que sofrem dos problemas da psique, ou seja, e recorrendo a um dizer antigo a todos que têm dores de alma.
Por si só, é demais complexo definir alma, mas as dores, essas todos nós sabemos o que são, e afligindo quem nos rodeia, sentimos essas dores como nossas, aquelas que são invisíveis ao olhar, mas que estão espelhadas na face do doente.
Recorremos à análise de algo comum aos dias de hoje, que é a necessidade de sermos super homens e super mulheres, super, super e que tão suprem que nos esgotamos na energia e nas emoções, tão necessárias ao foco e à capacidade de elevação do eu.
Pois se há hoje apoio da química para que possa regularizar algum défice orgânico do ser humano, essa tendência, a de recorrer a um paliativo que reorganize o que em nós está em défice, será certamente também importante lembrar que as estruturas sociais e o apoio de quem nos é próximo, é de igual forma um bem tão grande ou até superior ao uso da medicina.

Já o poeta murmurava:
Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já me não dói
A antiga e errônea fé
O ontem que a dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.
(Fernando Pessoa)

Este inconstante estado do Ser, da alternância das coisas, das efémeras circunstâncias, aquelas que nos fazem ser múltiplos e diversos na procura de um bem maior, a necessidade de exaltação e de superação, a ambição e as exigências do mundo moderno, são algo tão difícil quanto o próprio ato do equilíbrio. Por essa razão e por estarmos em constante mudança, desde as solicitações do digital aos requisitos de sobrevivência, julgamo-nos protegidos de qualquer infortúnio que possa acontecer, no entanto, o desgaste pode surgir em qualquer um de nós e sem aviso prévio. Por essa mesma razão foram discutidas medidas preventivas de um possível infortúnio de alma, vulgo, doença psiquiátrica como a ansiedade, a depressão ou outros mais complexos que surgem do desgaste que o quotidiano e os avessos da vida possam trazer.

Já dizia Fernando Pessoa que “Eu amo tudo o que foi, tudo o que já não é” e como a vida corre rápido, é sempre importante escutarmos a nossa voz interior, aquela que nos avisa se estamos a forçar demasiado a nossa própria disponibilidade, para viver situações que possam incorrer em prejuízo da nossa própria saúde física e mental.
Para que esse processo seja devidamente aconselhado, e porque a partilha das nossas emoções é importante e decisiva no diagnóstico a Dra. Paula Carvalho pode ser encontrada na clínica OPIN na Rua do Parque, 23, 3º Sala R, 2500-181 Caldas da Rainha.
“O maior bem cultural, é o bem querer de um cuidador de sonhos, e nesta cidade há quem cuide de si, como uma maestrina para a felicidade.”

Mariana Calaça Baptista
info@marianacalacabaptista.pt