CCC responde a Zé Povinho

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“A Semana do Zé Povinho” enfatizou a propósito de declarações efetuadas pelo Presidente da Edilidade que o CCC não tem tido verbas que cheguem para atividades ditas normais. Sejamos sinceros, só quem possui pouca informação ou se move pelas insinuadas intenções do bota abaixo, pode aludir tamanha calinada. Que fique claro que podemos reclamar mais verbas para efetuarmos outra programação (seja lá o que isso for…) contudo, sejamos honestos, o que temos proporcionado possui, além do mais, elementos de referência cultural internacionais. Mas não temos ilusões, faça-se o que se fizer, teremos sempre alguém contra.
Vimos que a avaliação efetuada não contempla, sequer, a possibilidade de equacionar o CCC como um elemento estratégico de desenvolvimento (entre outros) para a cidade e o seu concelho.
Ignora o número de pessoas que aqui tem vindo reunir-se em convenções, congressos ou eventos de variada índole. Temos pena que não saiba avaliar o trabalho sistemático que implementamos, apesar de tudo, mesmo sem as tais verbas que segundo as declarações proferidas nos tem deixado parados. Como lamentamos que veja na casa dos “outros” só problemas e não tenha visto que Caldas tem tido enfoque em noticiários nacionais, não só pela programação realizada mas também pelos eventos que tem acolhido. Mas isso não tem importância nenhuma, porque de certeza estará mais próximo de outros do que dos nossos. Afinal existem muitos tipos de Zés, os nossos contribuem para valorizar e acrescentar, mesmo discordando da linha programática que promovemos. Só para poder ajudar, a clarificar algum ensombramento, informamos que desde Outubro e apesar da crise instalada e sem verbas, promovemos mais de 70 espectáculos, eventos e tertúlias com mais 10 000 espetadores/participantes. Da programação podemos destacar, “Danças Ocultas”; Harlem Gospel Choir (USA); António Barreto; Zé Ricardo (Brasil) e Boss AC; “A Naifa”; Bandas de Alvorninha, Comércio e Industria, Sinfónica do Exército; “Bonecos de Santo Aleixo”; António Pinto Basto; “Lago dos Cisnes” (Rússia); Carlos Querido; Joana Machado; “Ruca”; Orquestra Metropolitana de Lisboa; várias companhias de teatro; lançamento mundial do novo espetáculo dos “Madredeus” e dos “Sétima Legião”, entre tantas outras atividades e espetáculos.
Mas apesar desta pobre amostra, destacamos ainda a prestação de serviços que fizemos no enquadramento a mais de 21 eventos que trouxeram às Caldas cerca de 3000 clientes, com pernoitas e consumos na cidade.
Ignorar o nosso trabalho parece ser fácil mas lamentamos, porque temos procurado contribuir para a valorização do território o que, aliás, continuaremos a fazer enquanto aqui estivermos a trabalhar.
Naturalmente que estamos condicionados financeiramente, mas quem não está? Mas acredite-se ou não, isso não será uma condição para baixarmos os braços. O que procuramos são programas concretizáveis, atingíveis. Não devemos nem podemos ignorar o histórico construído nestes quatro anos, mesmo que não se goste dele!

Carlos A. Ribeiro Mota
Diretor Geral CCC

NR – Os extractos seguintes foram retirados do editoriais, respectivamente, de Maio e de Junho de 2012, do site do CCC assinados pelo mesmo autor da carta acima.

“Que ninguém duvide das dificuldades a que estamos submetidos. Mas isso não é uma condição para baixarmos os braços, é antes um renascer de forças que procura e acentua o concretizável, o atingível. Temos que ser capazes de compreender que a cor é uma coisa para o físico ou o químico e outra coisa para a visão do artista, devemos consagrar o valor da síntese, uma e outra vez.”
(…)
“Junho no CCC é sinónimo de descoberta, tempo para recriarmos os nossos sorrisos e os nossos pensamentos. A nossa atividade é fortemente condicionada pelo modelo organizacional e de gestão, cumprimos um calendário tendo a responsabilidade não só de promover e criar atividades, mas também de levar a bom porto esta casa que procuramos manter aberta à população e aos artistas, em condições técnicas e artísticas adequadas, com um potencial de referencia regional e nacional. Aqui procuramos corresponder, as cores, as imagens, os textos, as cenas, os sons, as viagens e os perfumes..”

Zé Povinho apenas tinha dito o seguinte: “Pode bem juntar-lhes os vários museus que construiu e que não têm visitantes nem actividade visível, e o próprio CCC que, depois de um investimento tão elevado (comparticipado por uma elevada percentagem de dinheiro de Bruxelas), agora não tem dinheiro que chegue para assegurar uma actividade normal.”
Ao pé do que é dito nos editoriais, Zé Povinho foi muito mais comedido…