Construção da ciclovia da ESAD ao centro da cidade

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Em pleno século XXI, não consigo compreender como é possível o concelho das Caldas da Rainha não possuir uma ciclovia que consiga unir as suas freguesias.
O planeamento cicloviário é fundamental numa cidade que quer mostrar-se como referência nacional (não sei bem em que, pois o que a tornava mundialmente famosa – as termas e a cerâmica – passou a ser, apenas, uma doce recordação). Usar a bicicleta como meio de transporte pode resolver um problema extremo, como o do estacionamento no centro da cidade, e, sem dúvida, ser uma mais-valia para todos os cidadãos, por exemplo, nos quesitos saúde, bem-estar, economia, ambiente e segurança pública.

Reza a história de que as primeiras ciclovias são as de Paris, pois a prefeitura local, criou, no já distante ano de 1862, diversos itinerários nos parques locais, destinados a velocípedes, para que estes não se misturassem com as charretes e carroças que por lá circulavam.
A partir daquele ano, em diversos pontos da Europa, começaram a surgir os caminhos traçados exclusivamente para os velocípedes. Tendo, porém, a sua massificação ocorrido já nos anos 30, do século XX, aquando do programa de autobahns do Nacional-socialismo alemão.
Atualmente existe um projeto, denominado Euro Velo, elaborado pela Federação Europeia de Ciclistas, e que consiste numa Rede Europeia de Ciclovias. Quando estiver concluído, teremos doze rotas cicláveis, de grande extensão, que cruzarão todo o continente europeu.
E Caldas da Rainha? Este concelho possui uma área extensa, que liga uma rotunda a um ponto alto da Foz do Arelho, mas, confesso que não me sinto à vontade para chamar aquilo de ciclovia. Não possui segurança de facto, não, não possui pontos de apoio ao ciclista (um bebedouro, um local para paragens e reparos no veículo, etc.). Só as toneladas de monóxido de carbono, de partículas de hidrocarbonetos e de óxidos de nitrogénio, entre os mais diversos poluentes ali existentes, já nos fazem perceber que foi mal planeada. A população pouco, ou nada, utiliza aquele local para os seus passeios ciclísticos, aliás, a bicicleta pouco se usa nas Caldas da Rainha, devido única e exclusivamente a uma política voltada para o automóvel.
Amesterdão, na Holanda, é um modelo a seguir, pois, diariamente, 40% da sua população utiliza a bicicleta (outros 40% utilizam os excelentes transportes públicos e apenas 10% o carro). Um sucesso ambiental. Sendo a bicicleta um notável agente transformador da mobilidade urbana sustentável.
Caldas da Rainha deve começar a adaptar as suas vias. Seja nos moldes da ciclo-faixa, da ciclo-rota, ou da ciclovia. Neste último caso, penso no apoio que esta teria para a ESAD (Escola Superior de Artes e Design), unindo o centro da cidade àquele polo estudantil. Ajudando, assim, dezenas de alunos que fazem aquele percurso a pé, todos os dias úteis.
Um primeiro trecho de ciclovia, elaborado entre a ESAD e o centro da cidade, torna o burgo mais justo, mais inclusivo e mais democrático. Aproximando-nos de um local de cultura e de formação, oferecendo qualidade de vida a quem por ali circular e, naturalmente, criando melhorias substanciais àquela região. Caldas da Rainha ainda está estacionada no século XIX – em relação à mobilidade e ao desenvolvimento sustentável – e esta minha proposta, que fazia parte do meu Programa Eleitoral, e seria realizada caso tivesse vencido as recentes Eleições para a União de Freguesias de Caldas da Rainha – N. S. do Pópulo, Coto e São Gregório, é passível de ser concretizada.

Rui Calisto

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