Mercês Silva e Sousa
professora
Os olhos humanos captam uma pequena parte das radiações solares – a luz visível – as cores do arco-íris, entre os 380 nanómetros de comprimento de onda (violeta) aos 740 nanómetros (vermelho). As cores primárias (amarelo, vermelho e azul) não podem ser criadas a partir da combinação de outras cores. Destas resultam as cores secundárias (verde, laranja e roxo/violeta). O preto absorve todas as radiações do visível; o branco reflete essas radiações – a ausência de cor. Consideram-se cores quentes (amarelo predominante, laranja e vermelho), e cores frias (violeta e azul, predominantes, e o verde).
Na natureza as cores variam com as estações do ano: quentes e brilhantes na primavera, frias e opacas, no verão, mais quentes e suaves, no outono e frias e intensas, no inverno. As plantas usam os seus pigmentos, predominantemente as clorofilas de cor verde, e carotenoides, laranja e amarelo, e recorrem à energia luminosa na produção de matéria orgânica para viverem. As cores das flores e dos frutos resultaram de uma evolução adaptativa face aos agentes polinizadores e dispersores de sementes, particularmente animais. Estes não distinguem todos as mesmas cores, e a sua coloração varia com a altitude, a longitude e os hábitos diários, noturnos ou diurnos.
Na Psicologia, as cores quentes procuram transmitir a sensação de atividade e entusiasmo; as cores frias, a racionalidade, a tranquilidade e o profissionalismo. Cada um de nós tem cores que nos deixam mais iluminados, rejuvenescidos, alegres, sorridentes, bem-dispostos, minimizando aspetos do cansaço quotidiano.
As cores estimulam o nosso cérebro de formas diferentes, como na nutrição, criando pratos apelativos, ou na moda, valorizando uma silhueta mais harmoniosa e bela, e demonstrando a nossa personalidade.
As cores da vida na Terra são o azul, das áreas aquáticas e o verde, dos continentes e ilhas. A espécie humana está a acabar com elas, derrubando as florestas e cobrindo os oceanos, lagos e rios de lixo líquido, como o crude, e lixo sólido. Há cinco grandes ilhas de plástico flutuante nos oceanos: duas no Pacífico; duas no Atlântico e uma no Índico. Só a do Pacífico Norte tem uma superfície equivalente três vezes a de França. Se o volume de poluição anual do Mediterrâneo continuar ao ritmo atual, em 2030 não terá peixe. As cores iniciais da Terra mudarão para castanho dos desertos, e cinzento nos solos desflorestados e queimados, com quase nula biodiversidade.
Animemos esta tristeza, agindo como nos for possível! ■