Expor situações desagradáveis não é de todo o que auguro, mas não sou incólume quando as injustiças (…) imperam. Assim sendo, não havia necessidade de expor desta forma, acaso a administração do Hospital de Caldas tivesse dado resposta à exposição que lhes dirigi no passado 3 de agosto. Aconteceu com a minha mãe e pode acontecer com qualquer um de nós.
Em maio, após uma queda acidental, o braço da minha mãe ficou “pendurado”. Naquela noite, no Hospital foi recebida por um ortopedista, que à bruta lhe fez o que tinha a fazer, e sem qualquer nota de alta a envia para casa com uma tala gessada, sem que nos fosse dada qualquer informação clínica e respetivo prognóstico.
Somente nos entregaram um papel, com a marcação de uma consulta externa de ortopedia, que se realizou passados 18 dias. Na consulta, consegui acompanhar, nem poderia ser de outra forma tendo em conta que a minha mãe não estava em condições de se agilizar sozinha (…). O tal ortopedista, após realização de um RX retirou a tala gessada, desvalorizando as queixas (…). Questionei a possibilidade de existir alguma fratura, ao qual peremtoriamente me respondeu que não. Insisti, e o Sr. Dr. interrogou-me: “não acredita em mim?”. (…)
Como é óbvio e sabendo eu como funciona o sistema, a fisioterapia ia demorar. Assim, investimos em sessões de fisioterapia numa clínica privada(…) Solicitei ao Hospital de Caldas os RX efectuados (demoraram mas chegaram), os quais apresentei nesta consulta, e lá estava a fratura, que até um leigo diagnosticaria. Após mais alguns exames complementares, houve urgência em operar, porque afinal não foi “somente” uma luxação (…). Passados quase seis meses, o braço da minha mãe está em processo de melhoria (lenta), com a dedicação da equipa de fisioterapia que acompanha e do Ortopedista que a operou, contudo a intervenção cirúrgica foi imperativa. Há a possibilidade de ficar com o membro comprometido, alterando a sua forma de vida, o que possivelmente poderia ter sido evitado, caso tivesse sido assistida corretamente de início.
Expus a reclamação à administração do Hospital, ao gabinete do utente e à ARS. Até ao momento não obtive qualquer resposta. Na semana passada enviei uma reclamação do ortopedista do Hospital para a Ordem dos Médicos. (…) Não havia necessidade! Caterina Emílio
Reação do CHO
O Conselho de Administração e o Serviço de Ortopedia do Centro Hospitalar do Oeste lamentam a situação de saúde e desejam a recuperação completa da utente, Sra. Dona Idalina Emília. Informa-se, ainda, que já foi enviada uma resposta formal à reclamação apresentada pela filha, Sra. Dona Caterina Emílio.
As exposições (…) constituem um contributo para a melhoria dos cuidados de saúde prestados aos utentes, através da correção das deficiências, do aproveitamento das sugestões e/ou do incentivo dos elogios.