A construção, ou melhor a localização, do futuro do Hospital do Oeste tem centrado a atenção da opinião pública nos últimos meses, mas este é um tema que parece ter sido desvalorizado durante tempo demais por quem tinha a responsabilidade de pugnar pelo interesse das Caldas.
A construção de uma unidade hospitalar é uma decisão complexa e que cabe exclusivamente ao Estado. Passados dois anos sobre a constituição de um grupo de trabalho que visava gerar um entendimento entre os 12 municípios do Oeste, percebe-se que esse instrumento apenas terá servido para o Governo se desculpar com o desacordo entre concelhos, revertendo o ónus para os autarcas. A estratégia é antiga: cria-se uma comissão quando não se quer fazer nada.
Para ainda ser capaz de interferir, no bom sentido, neste processo, Caldas tem de assumir a liderança da região, sobretudo no que diz respeito ao Oeste Norte, onde é, claramente, a maior cidade em termos populacionais. Além disso, é também aquela que, geograficamente, melhor pode servir os concelhos do Oeste que, neste momento, têm poucos recursos hospitalares à disposição, por contraste com Torres Vedras, onde a oferta é mais diversa. Mas o tempo urge, mesmo com legislativas à porta.
Neste processo, Caldas não tratou atempadamente do dossiê, optando por uma abordagem institucional que, supostamente, lhe poderia trazer vantagens negociais. E, agora, com um novo executivo municipal, está, literalmente, a correr atrás do prejuízo, tentando interceder junto do Governo e procurando ainda ser capaz de inverter o rumo dos acontecimentos. ■