Crónica Tauromáquica | Caldas da Rainha 26 de Agosto: dureza e emoção

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Homenagem póstuma a D. Vicente da Câmara, bem organizada, resultando interessante e emotiva, presenciada por boa moldura humana. Iniciou-se homenageando o cantor do “fado das Caldas”. Os fadistas Marialvas cantaram aquando da recolha das reses. Houve minuto de silencio inicial e placa evocativa da homenagem ao intervalo.

Toiros de Veiga Teixeira, bonitos e bem apresentados no geral reservados e duros investiram bruscamente a defender-se, não perdoando erros. A volta do ganadero ao 2º toiro foi desajustada. Os toureiros estiveram bem, António Telles montou cátedra, Filipe Gonçalves foi emotivo e diligente e Francisco Palha templado e sereno. Os forcados de Montemor e Caldas da Rainha estiveram corajosos, empenhados e coesos, resolvendo as complicações.
O 1º de 525 Kg foi reservado com alguma codícia. António Telles lidou-o bem ainda que abreviando sobretudo nos compridos. Deixou ferros de grande valor como mandam as regras. João Cabral (Montemor) pegou à 2ª, bem a encher a cara do toiro e saindo magoado. Na primeira recuou pouco e sofreu violento derrote.
O 2º de 570Kg imponente reservado mas com codícia permitiu boa lide a Filipe Gonçalves com abordagens corretas e emotivas. No final preferiu o toureio cambiado e as piruetas emotivas, galvanizando o público, mas com menos verdade. Francisco Mascarenhas (Caldas) pegou rijamente à1ª aguentando fortes derrotes, bem ajudado.
O 3º 510kg também algo reservado e distraído foi bem lidado por Francisco Palha em toureio repousado e esteticamente cuidado com ferros a quiebro cingido que emocionou o público. Luís Valério (Montemor) citou e pegou bem à 1ª aguentando três poderosos derrotes para baixo.
O 4º de 540 Kg investia com força após o ferro. António Telles lidou-o com a reconhecida maestria deixando ferros de enorme qualidade incitando bem o toiro que para o final começou a não querer investir. António Lacerda (Caldas) esteve bem a provocar a investida aguentando muito tempo, o toiro derrotou forte e alto por o forcado ter levantado os braços e atingiu-o lesionando-o seriamente. Na dobra Mário Cardeira resolveu valente à 3ª com o grupo coeso a agarrar em bloco pois o toiro não saía e vinha violentamente a defender-se.
O 5º de 520 Kg quase não se movia e Filipe Gonçalves porfiou muito para o lidar, com profissionalismo conseguiu alguns bons e emotivos ferros, alegrando o público com o cavalo que bate palmas e um ferro de violino. A pega de cernelha foi tentada por Pedro Borges e Francisco Godinho ( Montemor) eternizou-se sem resolução com o cernelheiro a mostrar pouca convicção nas entradas (contei 11) indo ora em falso, ora chocando contra o toiro e caindo, ora saindo disparado por cima da trincheira. A situação arrastou-se, ouviram 2 avisos e finalmente Francisco Godinho tentou de caras 2 vezes com o grupo em bloco fechado mas o toiro despejou-os tendo magoado seriamente no joelho forcado da cara. Na dobra Francisco Borges resolveu com o grupo em bloco aguentando barbaridades.
Ao 6º de 560Kg também muito reservado, Francisco Palha deu-lhe a lide adequada, sereno e paciente logrando ferros emotivos de boa nota. José Maria Abreu (Caldas) esteve bem e aguentou muito mas o grupo tardou um pouco e saiu magoado, na primeira recuara pouco e não se fechara bem. Na dobra Francisco Rebelo Andrade pegou bem com o grupo a carregar eficazmente.
Dirigiu com muita complacência Francisco Calado e abrilhantou bem a Banda Comércio e Indústria de Caldas da Rainha.

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