Portugal é cada vez mais um destino turístico em crescimento na Europa. Em 2016, o turismo em Portugal cresceu 11,5%, como refere a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, que tem feito um excelente trabalho político para a consolidação destes bons resultados. O crescimento do turismo possibilitou não só a criação de cerca de 40 000 postos de trabalho, como também a criação de um impacto muito positivo no crescimento económico, pela via do aumento das exportações. O número de voos e de passageiros duplicou em dez anos, de 2005 a 2015. O número médio de dias de estadia turística também subiu de 3,1 para 3,8 dias em dez anos. O portal americano “The Huffington Post” refere-se a Portugal como “o país que todos vão visitar em 2017”, destacando as “aventuras na Natureza, cidades históricas e o famoso vinho” como os principais atrativos nacionais. Em 2017 celebra-se também o centenário das Aparições de Nossa Senhora de Fátima, cujo ponto mais alto será a visita de Sua Santidade o Papa Francisco.
Segundo um estudo da consultora internacional PriceWaterhouse&Coopers (PWC), Lisboa e o Porto serão, respectivamente, as 2ª e 3ª cidades europeias com o maior crescimento turístico em 2017, sendo os franceses, espanhóis e alemães os principais visitantes. Quem visita Lisboa, quer também conhecer a sua área metropolitana adjacente, na qual a sub-região do Oeste e as Caldas da Rainha são potencialmente um destino complementar a considerar. Mas, para que tal aconteça, é fundamental implementar políticas regionais e locais de valorização, promoção e divulgação do património, cultura e paisagem, tendo como pano de fundo a indispensável modernização da Linha do Oeste.
Com este enquadramento positivo, tanto ao nível nacional como metropolitano, foi decepcionante e lamentável constatar a forma quase invisível como o Oeste esteve representado na Bolsa de Turismo de Lisboa 2017 (BTL 2017), que decorreu no Parque das Nações de 15 a 19 de março. A representação do Oeste através da sua Comunidade Intermunicipal, integrada no espaço do “Turismo do Centro de Portugal” foi absolutamente desastrosa, a todos os níveis. Aparentemente, o espaço destinado ao Oeste estava dependente de um sorteio! A BTL é a maior montra do Turismo de Portugal, com 75 000 visitantes esperados dos quais 1500 profissionais estrangeiros. Não ter visibilidade no tempo certo e no espaço apropriado é desastroso! O Oeste é um território fundamental para a sustentabilidade turística de toda a área metropolitana atlântica de Lisboa, com um elevado potencial de crescimento turístico e internacionalização. Só depois da BTL 2017 acabar é que os autarcas do Oeste decidiram mostrar vontade de criar uma associação ou agência destinada a promover o turismo da região. Como diz o povo “depois da casa arrombada, trancas na porta”. Porque não se lembraram disso antes e tomaram iniciativas para assegurar a visibilidade de um stand próprio, a tempo e horas ?!
As Caldas da Rainha, cuja identidade e história têm raízes muito profundas na hospitalidade, devem ter uma posição de liderança regional na definição das políticas municipais de atração turística. Está quase tudo por fazer nesta matéria. A actual maioria absoluta autárquica do PSD está há demasiado tempo no poder, perdeu a visão e a vontade de implementar novas políticas inovadoras, limitando-se a gerir as circunstâncias. Todos nós, os Caldenses, temos o dever de sacudir a inércia e a letargia instaladas, elegendo através do voto autárquico, novas políticas e novos políticos!