As ditas obras de regeneração urbana

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As obras de regeneração da cidade correm lentas, retorcidas como as árvores de uma pequena oleaceae, oliveira ainda imatura, sem flor.
O alcaide-mor, qual arquitecto com canudo  à Relvas, com equivalência resultante da tarimba adquirida em  almoços com construtores civis e empreiteiros, vai mudando a obra durante a sua própria execução, a seu bel-prazer, sem programação.
Os sentidos de circulação da cidade mudam ao sabor do vento que sopra nas placas de sinalização dum trânsito desordenado.

Os agentes da ordem, nem pela lei nem pela grei. Preferem colaborar com o Vítor, impondo despesas inesperadas a cidadãos desprevenidos que circulem a mais de 50 Km por hora em estradas marginais ditas circulares, enquanto ignoram olimpicamente o estacionamento amontoado em local onde as placas indicam a proibição até da própria circulação. Sim, o largo da minha prima Leonor, dito do Termal!
Esse, que deveria ser um nobilíssimo espaço de recepção para quem nos visita, foi objecto de obras que o deixaram deformado, qual aborto à nascença, e agora sadicamente doente e abandonado, como o Parque de Carlos.
Tudo alienam, até a honra do passado e não há quem ponha mão nisto, porque quem pode não quer e quem quer não pode.
A par da progressiva degradação dos espaços urbanos – enquanto, paradoxalmente, decorre uma pretensa regeneração, as Águas estagnam.
E as Águas, como se sabe,  cheiram a enxofre e a ovos podres. E assim os turistas afugentam-se da desordem da cidade procurando avidamente chocolates na pequena vila mais próxima. Faria a diferença, ah pois faria, se houvesse aqui a mesma dinâmica e competência e não a sempre eterna táctica da espertice tuga da costa de enganar saloios com festas pífias do 15 de Maio. Claro, com orçamento subitamente alargado em ano de eleições!
E além das festas para o pagode, o erário publico paga também as revistas anuais de promoção da clique autárquica dirigente, revistas essas que fazem desleal concorrência, ainda que apenas localmente e por uma semana no ano à Revista Caras!
Vou ali já venho…

Leonor Tornada

leonor.tornada@gmail.com