Jamais imaginei presenciar, nas Caldas da Rainha, um drama como aquele em que vive o Sr. Arnaldo Valério. Sei dos mais variados casos, um pouco por cada freguesia do concelho, mas, os de Santo Onofre são os mais gritantes, e este, que agora anuncio, creio, é o pior de todos.
Arnaldo Valério, 90 (noventa) anos de idade, sofreu, por diversas vezes nestes últimos meses, sucessivas tentativas de despejo do pequeno anexo em que vive. Um ato criminoso perpetrado por um senhorio sem escrúpulos.
Esse anexo não lhe sai barato, pois, o pobre senhor é obrigado a dispor de 150.00 euros mensais para pagar uma renda de um lugar que não vale 10 euros, mas, o que agrava mais a situação é que, depois de uma vida inteira de trabalho, o Sr. Valério recebe de reforma, aproximadamente, 190.00 euros por mês. Feitas bem as contas, digam-me: Como pode governar-se com o que sobra?
Os senhorios, na sanha avassaladora de tentar despejar o pobre homem, decidiram fazer obras no telhado e, para isso, exigiram que abandonasse o local. A alegação para tal passo foi dada com estas palavras: “Se ficar aqui atrapalha as obras”. E as ditas começaram. E ele foi para uma pensão, que depois não foi paga por quem de direito (os senhorios) e, evidentemente, foi-lhe sinalizado o caminho da rua. Sem alternativas, regressou, ao que chamou de lar até há bem pouco tempo, dando início ao seu calvário, ou, para exemplificar com mais clareza: A um inacreditável inferno diário.
Desde esse dia, várias tentativas de despejo ocorreram: Destruíram a pouca mobília que possuía; deixaram quase 800 quilos de entulho por todo o local (restos do telhado, das paredes partidas etc.); colocaram-lhe a (pouca) roupa à chuva; mais recentemente cortaram o fornecimento de água (anulando a possibilidade de ter a casa de banho a funcionar); ameaçaram com o corte de energia elétrica; e, pasmem, apontaram a possibilidade de, em uma madrugada, colocar fogo no local.
Meus caros concidadãos, tudo isso tem um nome: terror psicológico!
Um grito de socorro fez-se ouvir, juntamos, poucos, mas bons, amigos, e tentamos de todos os modos convencer as autoridades competentes a ajudar a transferir o Sr. Arnaldo Valério para um Lar de Idosos (quando digo “autoridades competentes”, refiro-me exatamente a todas as instituições camarárias e sociais existentes nas Caldas da Rainha) mas, semanas se passaram e, até agora, só ouvimos a frase: “O problema está identificado”. De concreto, não há nada.
Creio que falta ao bom Sr. Valério um sobrenome sonante, ou talvez um parente político, ou, quem sabe, uma dúzia de propriedades para untar algumas mãos, sempre dispostas “a ajudar”.
Talvez falte, também, na política local, uma substituição da Direita pela Esquerda, porque só a Esquerda possui reais preocupações Sociais. A Direita é boa a fazer propaganda; a alardear projetos sociais que, na realidade, não se concretizam (ou surgem como “a montanha pariu um rato”); e a inchar a máquina camarária com os apoiantes partidários.
O Sr. Arnaldo Valério necessita de um Lar! Essa é a realidade do momento. O grupo de amigos que o está a apoiar – se a situação não se resolver em curtíssimo prazo – já decidiu avançar para a Comunicação Social nacional, trazendo ao conhecimento do país esse drama. Não temos o mínimo problema em apontar os nomes das pessoas que “não se mexem, mas, prometeram mundos e fundos”. Vai começar a cheirar mal para todos os lados. Tenho dito!
Rui Calisto
Pobre senhor. A ganancia nao tem vergonha! E os responsáveis só se preocupam com apanhar sol na Praia!!
Chulos!