E agora

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Jorge Sobral
jurista

Mas que grande encruzilhada.
Nesta nova situação em que estamos mergulhados, por responsabilidade do Ministério Público, que parece agora ter agido de forma muito leviana, derrubando um governo de maioria absoluta e empurrando o país para eleições, deixando tudo em suspenso.
Então e o novo Hospital. Como ficamos?
Por um lado, o desejo que esta região possa ser servida por uma unidade hospitalar nova e de qualidade. Por outro, o desencanto dos caldenses e populações vizinhas com a possível transferência dos cuidados de saúde passarem para o Bombarral.
Pode este governo, na situação em que se encontra decidir da instalação de tão avultado empreendimento?
Se juntarmos a polémica que está instalada quanto à localização à falta de clareza quanto à tomada de decisão, uma vez que persistem dúvidas da falta de imparcialidade.
Estranho para todos este momento.
As populações interessadas no esclarecimento, vêem agora, repentinamente todo o processo parado.
Por um lado, lembram o governo em gestão que perdeu competência para levar por diante a decisão da construção naquele ou noutro local.
Este desejo, não é partilhado por outros tantos, que acham que o governo está na plenitude das suas funções.
A estas polémicas, não é desejável que se juntem outras. Diz o bom-senso nesta circunstância, que se deve parar, respirar fundo e aguardar por melhor altura.
Mesmo com um novo governo, não existem certezas quanto a uma nova e diferente posição. Fica a esperança que conseguida a travagem, o tempo seja bom conselheiro.
Nenhum Partido com assento na Assembleia da República deu a sua opinião taxativa sobre o que amanhã decidirão.
Apenas uma certeza. As populações de Caldas, Óbidos e das freguesias de outros concelhos, limítrofes, juntos, lutando, podem obrigar a uma reflexão séria e participada.
Que me perdoem os meus amigos Bombarralenses, a quem reconheço o direito a reclamarem para a sua terra um tão precioso instrumento. Mas também a eles se justifica exigir para além do bairrismo, a clareza quanto à justeza dos argumentos, e os interesses das populações do oeste norte.
Exige-se que também pensem nas centenas largas de trabalhadores da unidade hospitalar a construir, que necessitam de serviços de apoio, sociais, de habitação, culturais e outros que manifestamente Bombarral não pode oferecer.
Não pode ser esta a forma encontrada, para travar a quebra de população no concelho do Bombarral, e, por conseguinte, o seu desenvolvimento deficitário, construindo ali uma unidade hospitalar, prejudicando toda uma região. ■

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