Editorial – 25 de Abril de 2021

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47 anos depois da Revolução de Abril, quando estamos quase a ultrapassar em tempo de regime democrático os 48 anos que foram do regime autoritário e ditatorial, é tempo de uma reflexão. Afinal, o período democrático inaugurado em 1974, por muitas vicissitudes que tenham acolhido, parece bem mais promissor do que o regime anterior, como se verificou.
Perante uma pandemia nunca vivida alguma vez como tal por Portugal, pela Europa em que nos integramos, e pelo mundo, em simultâneo e com consequência semelhantes, começa-se a ver alguma luz ao fundo do túnel.
O fenómeno de se terem conseguido descobrir várias vacinas é um marco expressivo do desenvolvimento científico e tecnológico que o mundo hoje dispõe. As soluções económicas e financeiras que a Europa, em que nos integramos desde 1986, encontrou ou está em vias de concretizar, demonstram que foi avisada a nossa entrada no Mercado Comum e a nosso partilha de poder e de soberania com a maioria dos países europeus que hoje pertencem a este espaço comum.
Estamos perante uma nova e talvez decisiva oportunidade para mobilizar meios financeiros a fim de dar um novo rumo à economia nacional, caso não nos embriaguemos, uma vez mais, com “bazuca” tão poderosa. Gestão cuidadosa e parcimoniosa, transparência e inteligência no uso desses fundos, soluções sustentáveis e olhando para os desafios das próximas décadas, são a desejada receita.
Gostávamos que nos próximos quatro anos, quando a maior parte do dinheiro da “bazuca” deve estar investido, se vissem os primeiros resultados concretos e evidentes a nível do estado da saúde, das infraestruturas compatíveis, da economia verde e digital, que não deixassem dúvidas à maioria sobre a validade desta resposta à pior crise por nós vivida no último século. Seria um prémio para comemorar meio século de Abril de 1974. ■