Editorial: 25 de Abril Sempre!

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José Luiz de Almeida Silva

Comemoramos o 49º aniversário do 25 de Abril, que de golpe militar passou a revolução democrática a que aderiu de imediato a maioria do povo português.
Para a maioria que vivem hoje a data é conhecida como facto histórico e não experiência vivida, pelo que o seu valor tende a ser menor, uma vez que muitos não viveram o peso da ditadura e da guerra colonial.
A nível da imprensa e da opinião publicada, certamente que as novas gerações não conhecem nem imaginam as consequências da censura, bem como das perseguições à liberdade de pensamento e de expressão, que coartaram muitas formas de afirmação cultural e social.
Hoje há casos objetivos em certas comunidades resultantes de medidas economicistas, que viram a sua autonomia e afirmação coartada, contrariando equilíbrios antes conseguidos.
Assistimos há dias ao seguimento de um processo judicial resultante de um conflito numa autarquia, que tinha toda a lógica ser dirimido localmente, no contexto da proximidade com o caso, que é feito à distância sem qualquer lógica. Isso resulta de um arranjo territorial centralizador imposto no mapa judiciário em 2014, em violação dum acordo interpartidário pré-existente, e que tem sido inexplicavelmente mantido em vigor, mesmo encontrando-se já extinto o governo civil de Leiria e desativado o nível distrital. Julgar longe do local como aqui acontece dificulta o escrutínio público da comunidade e não pode servir os interesses da justiça. O mesmo pode acontecer a nível de outro setor, como o da saúde, como sabemos.
É evidente que o 25 de Abril não tem nada a ver com estas questões, mas valida indiretamente certas decisões momentaneamente maioritárias, que esquecem a lógica e a correção das questões colocadas. ■

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