Editorial: 49 anos do 16 de Março

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José Luiz de Almeida Silva
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Provavelmente para as atuais jovens gerações o golpe falhado do 16 de Março pouco lhes diz, uma vez que vivem em democracia desde que nasceram e a Revolução de Abril, diz-lhes quase tanto como à nossa geração, a II Guerra Mundial que, ainda por cima, não afetou diretamente o nosso país, apesar de terem morrido milhões de pessoas à nossa porta.
Para nós ainda consegue ter mais significado, uma vez que conhecíamos de bem perto muitos dos protagonistas do RI5, que saíram sem medo em direção a Lisboa para depor um regime autoritário e que poderia acarretar para os próprios, num primeiro momento, pesadas consequências em caso de falhanço.
E foi o que poderia ter acontecido, não fosse o caso da situação no país e nas Forças Armadas com a Guerra Colonial em África, estar tão degradada e com uma situação insolúvel, que obrigaria num momento seguinte a uma nova tentativa, desta vez vitoriosa, como se veio a verificar em 25 de Abril.
Poucas gerações tiveram este privilégio de assistir a uma revolução pacífica para reinstaurar a democracia no seu país e vivenciar todo um processo de restabelecimento das liberdades e dos direitos de cidadania, apesar de algumas vicissitudes que atravessaram o país. Contudo tudo culminou em 1986 com a adesão à Europa das Liberdades, que permitiu o abandono da história dum país isolado no contexto internacional.
Um ano antes de podermos comemorar o 50º aniversário desta data nas Caldas da Rainha, consideramos indispensável que a mesma seja lembrada de forma clara e inequívoca, associada a grandes momentos da história local a que não é alheio o facto de também termos sido, em várias momentos, terra da asilo e de liberdade para povos perseguidos. ■

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