Editorial: A Praça da Fruta

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Declaração de interesses: Nasci à roda da praça e a minha família viveu dela, até há meio século da Praça (no comércio ou na produção agrícola). Conheci a maioria daquelas que viviam na Praça e conheço ainda alguns dos valorosos resistentes (muito poucos) que ainda trabalham com negócio na praça.
Fui sempre um grande admirador daquele polo de atividade e de animação da cidade, como o foram na história da Humanidade, os Ágoras da Grécia Antiga ou os fóruns do Império Romano.
Nas minhas deambulações pelo mundo, quer no Oriente, na Europa do norte, a leste, ou na Central e mediterrânica, como nas américas, nos cidades que conheci procurei sempre visitar as praças. E não me arrependi.
Aprendi a conhecer e a respeitar aquele ponto nevrálgico da vida urbana, que nas últimas décadas tem sido em Portugal como em muitos países, atingido por uma sanha destruidora a troco de uns espaços fechados a que chamam grandes superfícies comerciais. Estes gigantes, muitos também hoje em crise em muitos países, porque muitas pessoas preferem o comércio ao ar livre, para além dos que usam as plataformas digitais.
Apesar de admirar muito a praça das Caldas, como é testemunho este jornal ao longo do tempo, tenho consciência que se caminha para uma crise mais grave, especialmente, como mercado diário. Nesta edição desafiamos os nossos leitores e conterrâneos para pensarem em conjunto esta situação. Não temos soluções definitivas e finais, mas achamos que, como aconteceu, em muitos países com vias ganhadoras, também as Caldas – conhecida nacionalmente pela mesma praça, já hoje a única no país que se realiza diariamente ao ar livre -, devia encarar a questão de frente e sem preconceitos. Fazer de conta é o principal e trágico erro, tal como não abordar em conjunto com o Mercado do Peixe. ■

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