José Luiz Almeida Silva
O mundo parece estar a sofrer uma situação de caos climático, assumindo-se quase como uma normalidade, ver nas capas dos jornais ou no abrir dos telejornais, a chamada de atenção para o “estado crítico” em que encontramos o Planeta. Morrem diariamente centenas de pessoas que são envolvidas em tempestades, incêndios e todo o tipo de catástrofes naturais, para não falar das vítimas por causas indiretas.
Os caldenses e os oestinos, apesar de periodicamente terem momentos de maior incidência desses fenómenos climáticos, que ocorrem esporadicamente e nunca ultrapassando os limites que tornem a situação inaceitável ou temível, podem sempre recorrer à proximidade do Atlântico que modera a incidência calórica.
Nas edições da Gazeta ao longo do seu quase centenário, com frequência surgem notícias que refletem esta situação única, que em tempo de ausência de ares condicionados ou de outros tipos de minimizadores de excessos climatéricos, traziam para a nossa cidade gentes com posses das regiões do Alentejo, Ribatejo ou mesmo de Espanha, para beneficiarem desta paz climatérica. E citava-se amiúde nas páginas deste jornal a célebre afirmação de Pinheiro Chagas: “Se um dia Portugal for feito em torresmos por um Sol de rachar será nas Caldas da Rainha que escaparão os raros sobreviventes destinados a levar ao futuro o nome duma raça que se chamou portuguesa.”
Para muitos este handicap de não haver calor suficiente no verão, pode ser afinal uma oportunidade para quem não quer ser afetado pelos excessos climáticos. Os caldenses podem ter uma oportunidade a explicar aos seus concidadãos que nesta região temos o clima equilibrado que cada vez mais se exige no nosso quotidiano. ■