Editorial: Falta de Sensatez

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José Luiz de Almeida Silva

O ministro da Saúde veio anunciar às Caldas a sua “decisão” de que o futuro Hospital do Oeste ficará localizado no Bombarral, seguindo uma via controversa e já demonstrada de inadequada, que tem por base um estudo de “serviço mínimo” em que que são usadas apenas duas variáveis simplistas.
Uma decisão deste nível, com as implicações territorial e financeiras/orçamentais, não se pode limitar à proposta de o ministro da Saúde, que ignora todas as restantes componentes de planeamento urbano e regional, bem como não entra em linha de conta com os futuros cenários que se colocam para a saúde e para os serviços hospitalares a médio prazo.
Fosse a análise feita pelo Ministro das Infraestruturas, certamente que o mesmo diria acertadamente, como o fez em relação à localização do aeroporto em Santarém/Torres Novas, que ninguém pode desmentir que a decisão é descentrada, inconveniente e que corre contra a tendência da polarização das populações e a lógica do desenvolvimento regional.
Faltam provavelmente muitos anos para a concretização deste projeto e certamente que os municípios das Caldas da Rainha, como de Óbidos e Rio Maior, irão impugnar esta decisão, que faz perder à região onde hoje está situado o hospital, milhares de empregos qualificados. O voluntarismo deste ministro e deste ministério, leva a pensar que o assunto ainda vai passar por muitas tormentas.
Provavelmente Caldas da Rainha está a pagar a falta de visão e de proatividade que durante muitos anos foi a moeda corrente localmente. Julgamos que o bom senso regressará. ■

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