Editorial – Os 88 anos da Gazeta das Caldas

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Com esta edição do nosso jornal, entramos no 88º ano de edição da Gazeta das Caldas, número redondo que na cultura oriental significa “fortuna e boa sorte”.
A nossa primeira homenagem é para os leitores, assinantes e anunciantes, que, juntamente com todos os muitos colaboradores do jornal, têm tornado possível este projecto que caminha esforçadamente para o centenário.
Criado em 1925 sob o signo do interesse pelas questões locais e regionais, o jornal redireccionou-se para este objectivo há cerca de 38 anos, depois de ter feito alguma inflexão para uma deriva de propaganda do regime salazarista, apesar de, mesmo assim, nunca se ter afastado deste objectivo inicial.
Hoje a Gazeta das Caldas tem uma projecção local, regional e nacional que o situa entre os jornais regionais de referência, quer pela tiragem, quer pelas vendas em banca e por assinatura, que o distingue dos jornais gratuitos que são distribuídos sem critério e que assim perdem naturalmente a sua base de assinantes e de leitores fiéis.
A crise que veio em 2008, mas que já se pressentia para a imprensa escrita, com a forte concorrência dos medias audiovisuais e mais recentemente da Internet, tem-nos obrigado a um esforço que, por vezes, não é compreendido por alguns leitores.
Somos obrigados a procurar receitas, de modo transparente, através das mais variadas formas, nunca esquecendo a procura de mais leitores e assinantes (cujo valor da compra em banca e da assinatura é precioso para dar sustentabilidade ao projecto), mas procurando novas formas de publicidade para além da tradicionais, como as campanhas e as novas formas de colaboração com outros parceiros locais e regionais.
Somos uma pequena empresa, com uma fórmula cooperativa, que não está ligada a nenhum grupo empresarial ou a fortunas pessoais, que vive exclusivamente das suas receitas e que nos últimos anos de crise, tem feito esforços imensos para equilibrar as contas, como tem acontecido com a maioria dos jornais regionais, nacionais e estrangeiros.
A estes esforços financeiros temos juntado preocupações de inovação e de criatividade que fidelizem os leitores habituais e capte novos leitores. Daqui lançamos um agradecimento aos muitos assinantes que ainda mantemos nos países de emigração portuguesa, que apesar de drástico aumento dos preços por via da suspensão do porte pago,  têm que suportar esse acréscimo.
Contudo, muitos compreendem esta situação e generosamente fazem o sacrifício de suportar este valor. Temos em alternativa a assinatura em suporte digital a preços semelhantes à assinatura em papel, que é uma forma de minimizar estes custos e receber o jornal pela internet no dia em que sai a público.
Procuramos desde há muitos anos que a Gazeta das Caldas seja o porta-voz dos interesses e preocupações dos residentes nas Caldas da Rainha e nos concelhos vizinhos, nomeadamente em Óbidos, mas também nos outros que nos circundam.
Por essa razão, iniciámos há algumas edições uma ronda de entrevistas pelos responsáveis autárquicos dos municípios do Oeste, cujo papel é fundamental para o desenvolvimento desta região, quer por acção, quer por omissão.
Num momento difícil para o nosso país, em que as dificuldades económicas e financeiras são grandes, ampliadas por muitas decisões menos correctas dos vários poderes, bem como pela falta de visão estratégica da Europa em que nos integrámos em 1986, achamos que a acção conjunta do poder regional é crucial para ultrapassar a crise.
Enquanto que alguns se digladiam pelas alterações estruturais nas freguesias, impunha-se antes que fosse aprofundada a preocupação de acção coordenada entre os concelhos, para evitar multiplicação de investimentos e para optimizar os custos e gastos, que se irão tornar dentro de pouco tempo insustentáveis para as populações servidas.
Talvez seja importante ver partir a geração de autarcas, alguns que se perpetuaram no poder e que não têm uma visão moderna e proactiva do desenvolvimento local e regional e do serviço eficiente aos seus munícipes.
Esperemos que isso seja uma janela de oportunidade para ultrapassar velhas birras e defesas de interesses que estão longe das populações no seu conjunto.
Só assim é possível gastar os recursos mais racionalmente e enfrentar os poderes centrais e comunitários das regras cegas e das decisões inconsequentes e muitas vezes parciais e prejudiciais.
Fazemos grande força para cumprir o desígnio oriental do significado deste 88º ano de vida da Gazeta. Assim os leitores, anunciantes, assinantes e colaboradores o queiram.

1 COMENTÁRIO

  1. Os meus parabens a Gazeta das Caldas e que a mesma continue por muitos e longos anos a prestar o excelente trabalho de alto profissionalismo que contribui para dignificar os orgaos da comunicacao social.Quero aproveitar esta oportunidade para agradecer a este jornal, alem da sua prestacao de servico, a possibilidade que da aos caldenses em especial, de se exprimirem e fazer ouvir. O meu muito obrigado.