Editorial: Os pequenos grandes problemas

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José Luiz de Almeida Silva

Há cerca de um ano foram adjudicadas na Estação da CP das Caldas da Rainha as obras de modernização e eletrificação do troço Torres Vedras-Caldas para estarem terminadas no final deste ano, sabendo que o troço até Torres já havia sido adjudicado antes para já estar concluído.
Contatado o gabinete do Ministro das Infraestruturas sobre os atrasos visíveis nas obras, quando temos resposta este envia-nos para as Infraestruturas de Portugal, que responde justificando os atrasos e anunciando as respetivas derrapagens nos prazos.
Achamos estranho que o Ministério, responsável em última instância pelas obras, não se digne responder a um jornal regional, mas perante os mais recentes acontecimentos naquele gabinete, verificamos que têm mais assuntos para se preocupar, nomeadamente pelas questiúnculas dos protagonismos dos assessores, no jogo da posse dos computadores e nos treinos de algum pugilato entre responsáveis, para não entrar em mais pormenores.
Uma coisa parece estar ciente, até pelas derivas que vão sendo conhecidas, que o transporte ferroviário, por muitas juras que sejam feitas em contrário, parece não estar verdadeiramente na prioridade do Estado Português. Se o contrário fosse verdade, assistiríamos a uma verdadeira preocupação daqueles gabinetes em darem satisfação aos pedidos de informação por mais modestos que fossem os questionadores.
As grandes lideranças reconhecem-se pelos atos e não pelos propósitos meramente enunciados. E a Linha do Oeste não é verdadeiramente uma prioridade apesar de poder servir potencialmente muitas centenas de milhares de pessoas. ■