Editorial: Um aeroporto a ver navios no Oeste

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O menosprezo do Estado pelo Oeste cresce a cada dia que passa. Há meio século que o país assiste, impávido e sereno, ao debate em torno da localização do futuro Aeroporto Internacional de Lisboa. Promete-se, agora, uma decisão dentro de um ano, que será tomada por uma comissão, claro está, que estudará opções (algumas) há muito conhecidas e uma alternativa privada, proposta à pressa e com patrocínio do PSD, que identifica Santarém como alternativa. E onde fica o Oeste neste processo?
Por mais incrível que possa parecer, o Governo e o maior partido da oposição parecem esquecer a Ota como uma opção válida para receber esta infraestrutura tão vital para o desenvolvimento do país. E, sem que razões verdadeiramente objetivas sejam trazidas à liça, o Oeste parece ficar, mais uma vez, de fora dos grandes investimentos do Estado.
No entanto, haja quem seja capaz de erguer a voz e defender a região. Enquanto o debate nacional se centra em torno da construção do aeroporto a Norte ou a Sul do rio Tejo, a Comunidade Intermunicipal do Oeste tem tido a coragem de abordar este tema e “recuperar” a Ota. E mantém a pressão sobre o tema, apesar do “pacto” entre PS e PSD anunciar que os aviões acabarão por pousar noutras paragens e que, neste caso, teremos um aeroporto no Oeste a ver navios.
Aqui chegados, o mínimo que podemos exigir ao Estado é que tome uma decisão, de uma vez por todas. Porque, no final do dia, pior que uma má decisão é uma não decisão.

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