Eventos vulgarizados

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Lembro-me de há já alguns largos anos ter assistido aos desfiles de Carnaval em Louvaina (Bélgica) e em Colónia (Alemanha), países onde são raros os festejos para assinalar esta época. Uma das características que me surpreendeu foi que os desfiles eram mais para divertimento dos próprios grupos que desfilavam, exibindo cada grupo as suas virtualidades na música, dança ou na qualidade dos vestuários e dos carros que desfilavam, a que não faltava cerveja em abundância geralmente de patrocínio das marcas existentes na região.
Ao assistir aos desfiles do Carnaval caldense, recordou-me esta tendência normal apesar de ainda estar distante, mas em que os participantes diretos no desfile já se equivalem de certa forma à assistência, a que não é alheio os prémios dados aos grupos pela sua participação.
A maioria dos eventos típicos de cada época do ano estão cada vez mais vulgarizados, repetindo-se uma boa parte deles por todo o país, baixando a frequência em cada local, porque as pessoas não são elásticas e não podem chegar a todos os lados (com algumas exceções de locais com grande atratividade dada a forte tradição e investimento).
Por estas razões, as comunidades locais devem cada vez mais estar preocupadas em organizarem eventos inovadores e surpreendentes, que possam chamar à atenção do público pela diferença, genuinidade e originalidade.
De outra forma, como ocorre no mercado, os seus “produtos” são pouco valorizados e caem rapidamente na obsolescência e na vulgaridade, não atraindo o público que pode mexer a economia local. A não ser que se destinem apenas ao mercado paroquial. ■

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