AS TESSERAS
Esta palavra deriva dumas peças chamadas “tesseras” que entre os Romanos, eram objectos que lhes permitiam usufruir ou ter acesso a certos espectáculos, a balneários, jogos, etc. sem valor monetário. Objectos, que hoje designaríamos por fichas.
O Dr.Leite de Vasconcelos propôs que o estudo destes objectos relacionados com as moedas, embora não pertencentes à Numismática, fossem reunidos numa disciplina designada por Tesserologia. Uma área do saber que se dedicaria ao estudo de fichas, contos para contar, senhas, tentos, cédulas, notas de crédito, pesos monetários, padrões monetários, etc.
Vou referir-me a algumas peças, que pela suas características e aspecto original, viriam a distinguir-se nas transacções e trocas comerciais.
I PARTE
CÉDULAS DE PORCELANA
Em Portugal , no período do pós Segunda Guerra Mundial, principalmente na década de vinte, a moeda metálica quase desapareceu da circulação. O preço dos metais no mercado internacional teve fortes oscilações, mantendo sempre uma tendência para a subida, ocasionou a falta de moeda em metal.
A escassez de fabrico de moeda criou enormes dificuldades nas trocas comerciais.
É neste contexto que algumas Câmaras Municipais, as Misericórdias e outras entidades oficiais e até particulares emitem uma moeda de recurso, vulgarmente designada por cédulas.
Apesar das cédulas, dum modo geral, serem feitas em papel com um valor de crédito, referir-me-ei a cédulas especiais com o valor inscrito em centavos e pasme-se… feitas de porcelana! (1)
Efectivamente, foram fabricadas pela Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia cédulas em porcelana com os valores de 1, 2, 4 e 10 centavos:
Tal tipo de material, tornaria efémera a sua vida, chegando por isso aos nossos dias muito poucas em boas condições e sendo portanto, muito raras.
(1) Veja-se o artigo entrevista dum coleccionador, na Revista Moeda Vol 1, nº5 pág 7.