Imprevidência & Desmazelo

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José Luiz de Almeida Silva
O património edificado, para além da natural degradação provocada pela usura do tempo, tem como principal ameaça as contingências da forma como o encaramos, muitas vezes deixado ao abandono e à sua degradação progressiva.
Mas, muitas vezes estas ocorrências que levam à sua destruição, resultam do desinteresse, da imprevidência e do desmazelo, que nutrimos em relação a estes valores passados, cujo “valor económico” intrínseco para muitos não justifica o cuidado necessário e o seu custo.
 Noutras casos, cujo número não é despiciendo, também resultam de erros técnicos e de “azares” ocorridos quando se faz a necessária recuperação, como aconteceu ainda recentemente com a Catedral de Paris, cujas consequência foram gigantescas.
Mas, no nosso caso, e especialmente na nossa região, vemos que a razão é mais básica, quando não possam existir eventualmente outras razões que a razão desconhece, como aconteceu este fim de semana com o antigo hotel de S. Martinho do Porto, abandonado e em degradação há várias décadas, ou como ocorreu há uns anos com a Casa da Cortiça nas Caldas da Rainha, ou mesmo, com os Pavilhões do Parque, cujas consequências não foram muito grandes fruto do acaso e da chegada rápida dos Bombeiros.
Mas pior, é que existem muitos edifícios no nosso país e na nossa região (cidade), que só a sorte os tem salvado, pois a prevenção contra incêndios ou outras ocorrências é mínima, havendo mesmo uma despreocupação notória por esses riscos. Não os enumeramos para não alertar certos espíritos para eles, mas… há sempre um mas e um dia esse risco pode concretizar-se. E depois todos criticamos! ■
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