“o das caldas é o … maior”

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Conceição Pereira
provedora da Misericórdia das Caldas da Rainha
Recordo com saudade, os tempos em que a Cidade vivia o Carnaval com euforia e com fortes repercussões no comércio local.
Nos anos 70 já as Caldas da Rainha assistia aos desfiles de um Carnaval, um pouco trapalhão, que percorriam as principais artérias da cidade, e traziam as Freguesias à Cidade.
Serão dessa época os famosos bailes do Casino, do Hotel Lisbonense, dos Bombeiros, dos Pimpões e dos célebres “ assaltos”, em que a noite se misturava com o dia, sem preocupação com o ruido, mas sim com a folia.
No final dos anos 70 e, de uma forma ousada e inédita o Carnaval das Caldas da Rainha trouxe à Cidade um casal de actores brasileiros, para animar os desfiles.
Foi, uma verdadeira euforia, que trouxe cobertura televisiva, havendo o registo através de  uma entrevista a Alberto Pereira (mais conhecido por Alberto Saramago) conduzida por Fernando Pessa para realçar a presença do referido casal e divulgar o Carnaval das Caldas da Rainha.
Nessa época, a Corsolar, foi a grande dinamizadora da organização do Carnaval. Os mais jovens não se recordarão certamente da Corsolar. Esta Associação tinha por finalidade, através da realização de diversos eventos, angariar fundos para a construção de um Centro de Dia para Idosos.
Em tempos, a Câmara Municipal doou à Corsolar um terreno junto ao Cencal, para a edificação da referida obra, algo que não chegou a acontecer, tendo o terreno sido devolvido à autarquia.
Considerando o enorme espólio carnavalesco que a Associação possuía, a Câmara Municipal fez a sua aquisição para o colocar à disposição das Associações do Concelho para futuros desfiles.
Ao extinguir-se a Corsolar, esta Associação doou a verba recebida da Câmara Municipal à Santa Casa da Misericórdia e aos Bombeiros das Caldas da Rainha.
Durante alguns anos, o Carnaval nas Caldas da Rainha esmoreceu, apenas pontuado com os bailes da Columbófila, dos Bombeiros e de algumas Associações.
Em finais dos anos 90, a Associação de Cultura e Recreio do Campo, decidiu organizar o seu Carnaval com carros alegóricos e desfilar até à Cidade.
Foi, sem dúvida, o grande impulso para retomar o Carnaval, desafiando as Associações do Concelho a envolverem-se na sua organização.
Houve necessidade dar formação para a construção dos carros e dos cabeçudos. O José Ramalho foi um dos primeiros formadores, a que seguiu licenciados da ESAD, que colaboravam com as Associações no desenho dos carros e na construção das caricaturas.
Durante alguns anos, foram reis do Carnaval figuras do Teatro e da Televisão que animavam e divulgavam o Carnaval das Caldas da Rainha.
Voltaram os bailes do Céu de Vidro, o Desfile das Crianças, o Baile de Fantasia dos Idosos e os tradicionais desfiles na Avenida.
O Carnaval das Caldas da Rainha nunca mais parou, embora sem a folia de outros tempos, mas anima a Cidade e as Associações que durante vários meses agrega sócios e população da Freguesia respectiva, e tornou-se no slogan já conhecido “ O das Caldas… é o maior”. ■
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