Quase a chegar mais um fim de ano, esta altura é vista pelas organizações e pelos trabalhadores como importante. Nesta fase começam os balanços de como correu mais um ano, e começam também as projeções para o ano seguinte.
A maioria das pessoas mesmo estando dentro das organizações acaba por não ter perceção do quanto esta fase é agitada. Um aspeto propício desta época do ano, que importa ressalvar ao nível da gestão de recursos humanos são as saídas de pessoas para assumir outros projetos.
Embora as pessoas saiam das organizações ao longo de todo o ano, podemos dizer que para todos nós esta altura do ano é particularmente simbólica, pois vivemos com dias de diferença dois momentos carregados de simbolismo, o Natal e o Ano Novo. Assim é percetível que nenhum outro período do ano tenha uma carga emocional tão grande este.
As pessoas saem das organizações pelas mais variadas razões, desde as mais dramáticas, que resultam da perda de emprego por encerramento da organização ou despedimento, outras carregadas de uma grande carga emocional que são as saídas por reforma ou pré-reforma, sendo um momento agridoce, uma vez que agora irão estar disponíveis para preencher os dias com outras atividades mais prazerosas, mas por outro lado despedem-se da organização onde passaram a maior parte da sua vida. Para outros representa ainda um momento de libertação que são as rescisões de contrato por iniciativa do próprio trabalhador, motivado pela procura de melhores condições salariais, equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, alcance de um projeto mais desafiante, entre outras.
Para a Gestão de Recursos Humanos o seu ponto de vista face às saídas é mais abrangente: algumas são vistas como as desejadas – o que significa que poderão procurar alguém mais comprometido com a função e com a própria cultura da empresa, o que representa no fundo um alívio para a organização e para o trabalhador -, outras não são desejadas, abrangendo as pessoas que trabalharam para conquistar o seu próprio lugar, que desenvolveram tarefas que foram para além da sua função e que criaram sobretudo laços.
E de que forma a podem as organizações minimizar os efeitos negativos das saídas nos dois pontos de vista? Deve ter em conta alguns cuidados:
– O motivo de saída deve de estar bem esclarecido, evitando desde de início equívocos, devendo existir uma entrevista para o efeito, onde qualquer questão pendente deve ficar resolvida;
– Os trabalhadores que estão de saída devem de ser acompanhados em todo o processo, por alguém que desempenha funções na Gestão de Recursos Humanos;
– De parte a parte não se devem fechar portas no momento da saída, procurando que se mantenham em aberto canais de comunicações mesmo que informais;
– Independentemente do motivo de saída, a pessoa deve sentir que todo o tempo que esteve na empresa a sua função foi útil.
Para aqueles que se mantêm nas organizações, esta é uma altura onde se deve refletir sobre o trabalho executado, nos casos de bom desempenho há que praticar o elogio e referenciar o bom trabalho que fizeram. Sem prejuízo da dedicação que ao longo do ano, as organizações devem impor o reconhecimento e valorização dos seus trabalhadores, nesta fase de viragem é especialmente importante para motivar cada individuo e, consequentemente, as equipas renovando o espírito da organização para enfrentar os desafios do novo ano.
Aproveitamos ainda esta publicação para em nome de toda a equipa da Humangext, desejar Boas Festas a todos os leitores.
Felícia Marques
HR Consultant | Humangext