O trânsito e o estacionamento

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notícias das CaldasA fluidez em segurança do trânsito e a oferta de estacionamento diversificado são um dos elementos mais importantes da mobilidade de pessoas, bens e serviços. A mobilidade de pessoas, bens e serviços é essencial para o desenvolvimento da economia urbana e regional das cidades e concelhos.

Não é possível haver crescimento económico e desenvolvimento social numa dada cidade ou concelho sem uma oferta territorial de qualidade, que estimule e satisfaça o desejo de mobilidade de pessoas, bens e serviços. A dinâmica económica e social de uma cidade ou concelho mede-se, em larga medida, pelas qualidades espaciais que o seu território oferece aos agentes económicos, famílias e empresas, para se estabelecerem e efectuarem trocas a todos os níveis. Uma cidade ou concelho com um ambiente que não estimule ou satisfaça os desejos de mobilidade dos seus cidadãos é uma cidade parada, sem argumentos de centralidade regional nem atractivos para a fixação de novos habitantes ou empresas. O trânsito e o estacionamento são o espelho fiel da capacidade urbana de uma cidade ou concelho para criarem um ambiente favorável à criação das desejáveis dinâmicas de mobilidade de pessoas, bens e serviços.
Na cidade e concelho das Caldas da Rainha, onde vivo e trabalho, as políticas municipais do trânsito e estacionamento implementadas pela maioria PSD absolutamente instalada no poder autárquico há mais de 25 anos têm sido, a todos os títulos, irresponsáveis e desastradas. Basta pensar na avenida João Fragoso, um troço da circular externa ainda incompleta da cidade que, de repente e sem aviso, estrangula de quatro faixas de rodagem para duas. Os Caldenses, tal como os visitantes, têm de suportar todos os custos inerentes a esta situação incompreensível e sem explicação que se arrasta no tempo há mais de 15 anos, provocando acidentes, transtornos e entraves à mobilidade. Basta pensar também na antiga estrada nacional 360 (EN 360), uma via estruturante do concelho das Caldas da Rainha porque o atravessa em toda a sua extensão transversal, sem obras de modernização há mais de 20 anos. É lamentável que os Caldenses de Santa Catarina demorem cerca de 40 minutos para percorrer os 21 km que os separam da sede do concelho. Mas há mais do mesmo a acontecer. Já neste ano de 2017 a maioria PSD instalada na Câmara Municipal resolveu alterar o trânsito na Rua José Fuller, permitindo dois sentidos de trânsito só até meio da rua e eliminando, por tal decisão, cerca de 20 lugares de estacionamento. Todos os habitantes do bairro da Ponte protestaram com muita razão e, passados 15 dias, a situação voltou ao que era anteriormente. Face à resposta justa dos habitantes, a Câmara Municipal emitiu o seguinte comunicado: “No que diz respeito à alteração de trânsito na Rua José Fuller foi proposto testar a introdução de dois sentidos nesta via.Verificou-se que esta alteração aparentemente não traz as vantagens esperadas pelo que se decidiu reverter para apenas um sentido de trânsito”. Isto é, a maioria PSD entende que, em vez de planear e informar, é legítimo fazer testes relativamente a uma matéria tão sensível como o trânsito e o estacionamento, que é legítimo tratar os Caldenses como ratos de laboratório, para provavelmente observar como reagem. Trata-se de uma atitude política absolutamente irresponsável e inaceitável, que deveria merecer o repúdio de todos os Caldenses!