PAÇOS DO CONCELHO – Férias: um dia.

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Jorge Varela
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Para ir criando uma tradição nestas crónicas, o primeiro texto a ser publicado no fim de julho ou no início de agosto versa sobre as férias. Há dois anos sugeri como destino a minha “ilha encantada”, a ilha da Berlenga. O ano passado indiquei “10 razões” para que o destino escolhido fossem as Caldas da Rainha. Este ano não procuro o destino na dimensão espaço mas antes na dimensão tempo. As férias sugeridas nesta crónica decorrem no futuro.

Estamos no dia 4 de agosto de 2023. Uma família austríaca aterra em Monte Real numa manhã ensolarada. O calor que sentem ao sair do avião torna-se desconfortável. Enquanto aguardam pelas bagagens assistem, nos monitores espalhados pelas paredes, a uma breve história deste aeroporto. Ficam a saber que se tratava de uma base aérea militar aberta recentemente à aviação civil. Descobrem também que foi ali que o Papa Francisco aterrou, meia dúzia de anos antes, quando veio a Portugal celebrar o centenário das aparições de Fátima.
Sem terem de sair do aeroporto, embarcam num comboio confortável que os conduz até à cidade termal onde vêm passar as férias. A Linha do Oeste, que era para ser eletrificada apenas entre Lisboa e Caldas da Rainha, foi totalmente requalificada para servir este novo aeroporto. Em pouco mais de meia hora estão a desembarcar na bonita estação ferroviária das Caldas da Rainha.
Um táxi leva-os até ao seu hotel. À primeira vista é ainda mais impressionante do que o que tinham visto na brochura, quando reservaram a sua estada na agência de viagens em Viena. Enquadrado por um parque fantástico, este hotel de cinco estrelas ocupa um edifício antigo e majestoso. Um dos filhos diz que até parece a escola do Harry Potter. Tratam logo de confirmarem os dias e as horas em que, ao longo da semana seguinte, iriam deixar que as águas termais operassem o seu “milagre” nos seus corpos. Afinal de contas, não é todos os dias que se pode ir ao Hospital Termal Mais Antigo do Mundo. Quando sobem aos quartos, as camas macias parecem chamar os corpos maçados da viagem para um merecido descanso. No entanto, o pouco que tinham visto na curta viagem de táxi incentiva-os a partirem à descoberta da cidade.
Começam pela Praça da Fruta onde veem, encantados, um mercado vivo e colorido. Continuam a passear nas movimentadas ruas da cidade e acabam por atravessar a linha férrea por onde haviam chegado às Caldas. Deliciam-se nos bairros pitorescos que encontram e não resistem a fazer compras no abundante comércio tradicional. Passam pelo Teatro da Rainha e, ao verem o espetáculo que estava em cena, compram logo bilhetes para a sessão da noite. Ao passarem ao lado do novo Centro de Saúde, não conseguem deixar de se sentirem mais seguros e confiantes pelo destino de férias que escolheram. Chegam ao complexo desportivo onde centenas de pessoas aproveitam uma manhã de agosto mais fresca do que no resto do país para fazer as suas corridas, passear ou apenas para desfrutar deste espaço verde e dinâmico da cidade.
Alguém lhes diz que estão muito perto do centro de investigação e museológico das termas caldenses e deslocam-se até lá. Encontram um espaço agradável, moderno e reparam numa placa onde se lê: “Balneário das Águas Santas”. Entram e, para além de lhes falarem das qualidades medicinais das nossas águas termais, explicam-lhes quem foi Claudina Chamiço e, obviamente, a Rainha D. Leonor.
Durante uma semana, esta família aproveita as nossas termas, almoça e janta nos nossos melhores restaurantes, assiste aos espetáculos nos nossos espaços culturais, delicia-se nas nossas praias e restante faixa costeira, visita os museus caldenses, desfruta do Parque, da Mata e do Complexo Desportivo e faz compras no nosso comércio.
Será que um dia vai ser assim? Basta trabalharmos, todos em conjunto, para que esta história se torne realidade.

Jorge Varela
jorge.varela@ipleiria.pt

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