PAÇOS DO CONCELHO | A um ano das eleições

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jorge varela
Jorge Varela
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Estamos a um ano das eleições autárquicas e, nas Caldas da Rainha, apenas se sabe que Tinta Ferreira, o atual presidente da Câmara, será novamente o candidato do PSD.

Do lado da oposição o silêncio começa a ser ensurdecedor. O PS ainda deve estar a lamentar não ter aproveitado a oportunidade das últimas eleições. O Presidente “emérito” Fernando Costa não se podia recandidatar por imposição legal e, com uma figura mais mediática, porventura com visibilidade nacional, o PS poderia ter ameaçado a hegemonia de décadas dos social-democratas. Apostaram que o primeiro mandato de Tinta Ferreira iria ser desastroso, como muitas vezes acontece quando se substitui um presidente tão carismático, e que em 2017 é que deveriam avançar com força. Erraram completamente. Tinta Ferreira fez um mandato ao nível dos primeiros de Fernando Costa: com garra, vontade de fazer evoluir a nossa terra e, se se confirmar a reabertura do Hospital Termal em 2017, será imbatível. Agora, com uma derrota mais do que certa, será difícil ao PS caldense convencer uma figura nacional a candidatar-se nas Caldas. Resta-nos esperar pelo final do jogo interno no PS das Caldas para sabermos quem será o candidato socialista à Câmara Municipal.
Na esquerda radical, o cenário não é mais famoso. O Bloco de Esquerda, como bem tem anunciado Lino Romão, o meu vizinho do lado aqui nesta página, acalentava a esperança de reeditar a “geringonça”, agora numa versão local. A ideia era a mesma: o mandato corria mal a Tinta Ferreira, o PS avançava com um nome sonante e o Bloco iria a reboque para os Paços do Concelho. O problema é que, após as obras de regeneração urbana, as Caldas ficaram com a “cara lavada”, a mobilidade melhorou, regressaram os grandes eventos à cidade e os caldenses voltaram a acreditar no futuro. Com a nova dinâmica do PSD tudo correu bem para os caldenses, o que significa que tudo correu mal para o Bloco de Esquerda.
Curiosamente o PCP manteve a sua postura mais institucional e realista e não embarcou na prometida geringonça local. Apresentará certamente um nome que não dececionará os indefetíveis comunistas caldenses.
À direita, o CDS das Caldas, que sempre sobreviveu com os votos daqueles que, não querendo votar à esquerda, não se identificavam com Fernando Costa, não terá vida fácil no próximo ano. Após este mandato de Tinta Ferreira, dificilmente o CDS manterá o número de votos a que nos tinha habituado.
Assim, para o único candidato conhecido à Câmara, o atual Presidente Tinta Ferreira, tudo parece estar preparado para poder celebrar mais uma vitória. Ainda assim, não deverá embarcar em excessos de confiança. As expetativas foram colocadas tão altas que uma desilusão até ao fim do mandato pode deitar tudo a perder. E o grande desafio até às eleições é reabrir o Hospital Termal. Caso o consiga, terá todas as possibilidades de dar ao PSD uma maioria de cinco vereadores no executivo caldense. Mas se é certo que a vitória numas autárquicas depende muito da personagem que encabeça a lista, o nível da maioria que se atinge também está muito ligado aos nomes dos candidatos a vereadores. Fernando Costa ganhou eleições nas Caldas elegendo cinco vereadores mas não o fez sozinho. Se, com a sua prestação neste mandato, o atual presidente conseguiu sair da sombra omnipresente de Fernando Costa, com a eleição do quinto vereador, o que apenas aquele ex-presidente conseguiu, Tinta Ferreira reforçará a sua legitimidade política dentro e fora do PSD.

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