Muita vezes damos como adquiridos determinados factos ou estilos de vida sem pensarmos no impacto que tem na nossa vida, saúde e no ambiente.
Os automóveis desempenham um papel central no corrente modelo de economia o que implica investimentos avultados em infraestruturas como acessos e parqueamento.
As emissões dos transportes terrestres nas zonas urbanas são o principal fator de emissão de gazes poluentes como as partículas finas que tem consequências graves na saúde humana.
A poluição atmosférica não conhece fronteiras (globalmente 8 em cada 9 pessoas respiram ar poluído) e causa impactos negativos na saúde humana e nos ecossistemas.
A poluição atmosférica afeta sobretudo o sistema respiratório e cardiovascular. As populações mais frágeis como idosos e crianças se sujeitas a níveis elevados de poluição atmosférica sofrem uma diminuição da capacidade pulmonar com um aumento da incidência de doenças respiratórias..
Estudos efetuados em três países, Áustria, França e Suíça, demonstram que a poluição atmosférica é responsável por 6% das mortes ocorridas anualmente no conjunto desses países.
As emissões de CO2 das viaturas são também significativas.
Em termos do chamado custo de oportunidade esta opçao significa que os espaços que são utilizados para estas infraestruturas podiam ter destinos mais nobres como a criação de zonas verdes ou de áreas conviviais.
Num artigo anterior falei dos desafios da mobilidade sustentável para as cidades..
A sustentabilidade das cidades passa também por melhorar e aumentar os espaços públicos o que implica uma inversão no desenho e na gestão das cidades de modo que estas sejam concebidas e geridas mais em função dos seus cidadãos e menos em função do respetivo parque automóvel.
Muitas cidades já converteram algumas zonas de intenso trafego automóvel para zonas pedonais com evidentes vantagens quer do ponto de vista de melhoria da qualidade de vida dos cidadãos quer para o comercio local.
Um fenómeno relativamente recente que tem sido adotado por algumas cidades nos Estados Unidos da America (como Filadelfia) e na Europa (como Munique) consiste na criação de Parklets.
Um Parklet resulta da transfomação, permanente ou temporária, de um ou mais lugares de estacionamento em zonas verdes ou esplanadas. A criação destes espaços pode resultar de iniciativas de moradores ou das respetivas autarquias.
Os resultados obtidos nestas áreas transformadas são bastante positivos quer em termos do numero de utentes quer em termos de satisfação dos respetivos habitantes,
Através desta iniciativa e assim possível .transformar um espaço cinzento e poluente num espaço vibrante.e convivial,
Os estudos dos impactes destas iniciativas revelam igualmente que o exemplo tende a ser seguido em outros locais contribuindo assim para humanizar, despoluir e reduzir as emissões de emissões de gazes de efeito de estufa das cidades
Paulo Lemos