No primeiro dia do ano de 2013, como não poderia deixar de ser, o passeio seria à Foz do Arelho ou ao Parque. Optei pelo Parque.
Entidade augusta, que não se cansa de esperar por quem a visita, por quem a respeita e protege na sua longevidade, por quem a acarinha com a sua admiração e cuidado.
Como qualquer cidadão comum que só pretende caminhar e apreciar a maior variedade botânica existente em parque no país, fruindo ao máximo a pureza do ar que por ali se respira, encontrei-me com um professor de história, amigo, com quem troquei os votos de um bom ano novo. É também uma pessoa assídua e atenta na visitação ao parque.
Deu-me conhecimento, com satisfação, terem alguns cidadãos, sido convocados e convidados tendo removido os montões de folhas que atapetavam os caminhos, o que a comunicação social também noticiou, deixando melhor a imagem dos arruamentos, outrora alindados por jardineiros. Contou-me ainda, que com a ajuda de outra pessoa ter reposto muitos bancos do jardim na sua posição correta. Pois alguém, inconformado estéticamente, virou os bancos de pernas para o ar. Será que foi esta a magna razão, por que o BPN soçobrou?
Mas voltando à preocupação do meu amigo, que me levou ao local para verificar, o lago do Parque estar a transbordar em tês pontos, próximo da casa dos barcos. Comentava-me que noutros anos, mesmo com invernos rigorosos a água nunca galgou as margens.
Preocupação legítima, a água está mais cara, a despesa pública tem que baixar, todos dizem, os que pagam e têm que continuar a pagar os desequilíbrios orçamentais são sempre os mesmos. Temos de banir, a despreocupação, a indiferença, o desleixo, o nos sentirmos bem em ambiente desordenado, de molde a podermos usufruir o nosso património condignamente, e a oferecer a quem nos visita, não o espelho das decisões adiadas pelo país, mas o prazer e o orgulho de quem é depositário de um património incontabilizável e que tem a casa em ordem.
Ou para o alcançar, teremos que pagar outra forma de taxas moderadoras?
Daniel Rabiais