Qualitativo vs Quantitativo

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José Luiz de Almeida Silva

O Centro Hospitalar do Oeste, na sua unidade de Caldas da Rainha, tem um serviço de referência, que obteve especialização consolidada, fruto de investimento próprio, que é da “sua” Unidade que trata os doentes com patologia oncológica mamária e que tem obtido êxitos a nível nacional.
Em plena campanha eleitoral para as legislativas, “inteligentemente” a nóvel unidade de gestão nacional no SNS decide, do alto da sua sapiência e eficiência económico-administrativa, eliminar o serviço por argumento quantitativo, não utilizando o critério qualitativo, pois poderia estender a sua oferta a um território mais alargado, dadas as competências e a experiência existente.
Sabemos que o tema Saúde e Assistência Hospitalar é demasiado importante para o deixar apenas ao critério dos especialistas do setor, que muitas vezes, o que lhes interessa é números e cifrões para obedecer aos responsáveis que os nomearam e que querem apenas resultados “quantitativos”.
Não nos admira assim que os populistas ganhem expressão cada vez maior por todo o país, uma vez que os responsáveis e aparentemente mais ponderados, cegam com a aritmética dos resultados das quatro operações básicas – somas, diminuir, multiplicar e dividir. Esquecem que as contas hoje são diferentes e há muitos mais critérios de análise, alguns eminentemente qualitativos que são mais apreciados pelas populações que também pagam os seus impostos.
Pelos que temos visto nos últimos dias, o governo fez todos os possíveis para que o seu partido perdesse as eleições, desejavelmente por “poucochinho”, pois tudo o que fez para criar atritos com alguns grupos profissionais vai ser resolvido com a sua herança nos cofres do Estado e com o apoio dos seus herdeiros. ■