A cidade de Caldas da Rainha vai gradualmente conhecendo o Diácono Permanente que está ao serviço da Paróquia, não tanto pela pessoa em si, mas pelo serviço que vai prestando à Comunidade e à Igreja local.
Então poder-se-á perguntar o que se espera de um diácono? Ele que não é um padre, mas que recebeu o mesmo sacramento – designado por sacramento da Ordem, no momento da sua Ordenação – confiando-se aos dons do Espírito Santo para o exercício do seu ministério. A ele, que normalmente terá a sua vida organizada tanto no plano familiar, como no profissional, é-lhe pedida uma intervenção junto dos mais fracos, dos mais vulneráveis (Pastoral Sócio-Caritativa); junto das famílias (Pastoral Familiar) porque a fé cristã não é um impedimento, mas sim uma ponte para o diálogo com os outros mundos e realidades. Mas ao diácono também é pedida uma intervenção catequética (Evangelização) porque é preciso mostrar a alegria da fé e dizer que temos uma ideia positiva a propor a um mundo que precisa de esperança.
A sociedade de hoje no geral já não se orienta pelos valores cristãos nem pela Igreja, mas há ainda muito de tradição que sustenta algumas decisões das famílias que vêm pedir o batismo dos seus filhos, ou até de noivos que pretendem casar pela Igreja. E estas decisões têm de ser esclarecidas numa elevada atitude de compromisso.
Há que assumir que a fé cristã é esperança, porque possui uma causa, uma racionalidade, uma esperança cuja razão – a Pessoa de Jesus Cristo – podemos e devemos propor. Até porque é aqui que o diácono é chamado a fazer a síntese necessária entre diálogo e anúncio.
Um momento de “diaconia” (ministério do diácono) poderá ser a oportunidade de acompanhar os familiares enlutados, quando pedem o serviço religioso (celebração das exéquias) para aquele que terminou os seus dias entre nós. A dor é sempre maior quando a separação fôr mal entendida ou tomada com revolta.
É então aqui, sobretudo no confronto com a morte, ou com as incapacidades do fim da vida de tantos de quem se abeira, que o diácono se interroga interiormente se estará verdadeiramente preparado para responder sobre a razão da sua esperança, para dar testemunho da confiança que tem em Deus e no plano de Salvação que Ele tem para cada um de nós.
Como é importante o valor da Oração! A Igreja ensina-nos isso mesmo e é com grande coragem que cada um se confessa pecador, diante dos outros – e em voz alta – no início de cada missa. Como é importante compreender o significado da Missa, de cada celebração, do que representa cada gesto litúrgico! Na Paróquia das Caldas da Rainha tivemos 28 encontros ao longo de oito meses para explicar a Liturgia e tudo o que se relaciona com as celebrações religiosas. Porquê? Porque não há nada mais belo do que conhecer Jesus Cristo, celebrar a Sua Ressurreição e comunicar aos outros a Sua amizade.
Com efeito, o amor de Deus é-nos dado para que chegue também aos outros. E disso tomamos consciência pelas palavras de Nossa Senhora em Fátima aos pastorinhos.
No fundo, o serviço do diácono é exercido pela voz dos grandes valores cristãos, a qual está inscrita no seu ser, reconhecendo que a grandeza do seu serviço é precisamente a de não estar resignado, não estar fechado em si mesmo, nem reduzido às coisas materiais, mas procurando sempre ter uma abertura interior para as coisas essenciais.
Diácono J Paulo Romero
Paróquia de Caldas da Rainha