A 11 de junho realizou-se em Caldas da Rainha a corrida da mulher em homenagem à Rainha Dona Leonor, fundadora da localidade, inicialmente prevista para 15 de maio.
Foi a apresentação aos caldenses do empresário Rafael Vilhais que organizou bem um espetáculo com qualidade.
A data não foi a melhor (fim de semana prolongado) e a corrida, para verdadeiros aficionados não teve o público que merecia, perderam os que não estiveram.
A “Banda Comércio e Indústria” alegrou bem o festejo, acompanhando as cortesias com uma boa interpretação do “fado das caldas”.
Os toiros de Veiga Teixeira (475 Kg, 460 Kg e 550 Kg) estavam bem apresentados foram codiciosos e deram bom jogo, o mesmo sucedendo com o novilho de Santa Maria (320 Kg).
Abriu a corrida Sónia Matias no seu estilo particular carismático, empenhado e alegre. Numa lide em crescendo onde não faltaram bons ferros, terminou com violinos, mas abusou do uso do peão de brega e imprimiu tal velocidade aos cavalos que as reuniões nem sempre foram ajustadas.
Ana Batista obteve grande triunfo, numa lide valorosa a um toiro que apertou muito. Resolveu as situações lidando bem, com conhecimento e muito temple. Colocou bons ferros de frente marcando bem o centro da sorte em boas reuniões, levantando o braço cravando do alto para baixo.
A praticante Mara Pimenta caminha bem para a alternativa. Não se amedrontou com a imponência do opositor e esteve elegante, montando bem e deixando bons ferros numa faena de bom gosto. Tem tudo para vir a ser figura.
Inês Carvalho, jovem cavaleira amadora foi uma agradável surpresa. Montou bem, desembaraçada, comunicativa, com sentido de lide e um conceito adequado de toureio. Foi sóbria e eficaz, colocando bons ferros. Tem ainda que progredir mas deixou vontade em a rever.
Os Forcados Amadores de Caldas da Rainha tiveram tarde de êxito perante toiros sérios, com eficácia e coesão pegando todos à 1ª tentativa, até pareceu fácil, mas não foi.
Lourenço Palha citou sereno, o toiro arrancou-se, parou e arrancou com o forcado a fechar-se bem enquanto o toiro fugiu ao grupo e embateu com ele contra as tábuas. O grupo reagiu bem, rapidamente, a concretizar.
José Maria Abreu viu o toiro arrancar-se espontaneamente, com pata, recuou e fechou-se bem, com o toiro a derrotar. Foi bem ajudado.
Francisco Rebelo de Andrade muito bem perante um toiro poderoso que não queria sair. Calmo, insistiu e conseguiu arrancá-lo, recuou, encheu a cara do toiro, fechou-se bem, aguentou derrotes e foi bem ajudado.
O jovem João Oliveira esteve calmo perante um novilho que arrancou de pronto não dando tempo para recuar e fechou-se bem ajudado.
Seguiu-se a novilhada apeada com dois bons novilhos de Falé Filipe (390Kg e 350 Kg).
A espanhola Conchi Rios, com alternativa dois dias antes, passou por Caldas sem pena nem glória. Sempre desconfiada não se acoplou à investida dum novilho não picado Deu poucos passes com o capote e com a muleta não fez grande faena. Valeu o bom tércio de bandarilhas por Cláudio Miguel e Joaquim Oliveira.
A novilheira Paula Santos confirmou o que se tem afirmado. Corajosa e empenhada lanceou bem com o capote, rematando com bom gosto. Após as bandarilhas onde se distinguiu Joaquim Oliveira, com a muleta construiu uma variada faena, alargando o compasso das pernas, correndo bem a mão, parando, mandando e templando, sem esquecer o desplante final. Agradou ao público presente e no final foi sacada em ombros, fica a vontade em vê-la de novo.
Rui Lopes
rjnlopes@hotmail.com