Saudação para Natividade

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ImageEsta é uma fotografia a cores da igreja da nossa terra, Santa Catarina; julgo que ambos fomos baptizados na mesma pia de água benta talvez pelo Padre Rebelo, enfim, tudo isso é possível. Tal como pode ser possível alguém ler este texto e promover um contacto entre nós. No autocarro da Carris na Estrada de Benfica foi tudo demasiado rápido. Isto acontece tantos anos depois da infância comum, nas mesmas festas, procissões e arraiais com a quermesse e o leilão com a frase – «Quem dá mais ó debote?». Ainda te lembras das peças de carne com o ramo de louro por cima? Ainda recordas os rapazecos de camisa branca e calça preta, todos felizes a gritar sem repararem no seu erro de ortografia? E isso não contava para nós. Contava era o sol, o pó, a luz da tarde, os pendões e as bandeiras, os estandartes dos santos na procissão com a Filarmónica Catarinense a tocar a «Dina» ou a «Miraculosa». E depois nas tabernas as gasosas eram retiradas dos cestos de verga, todas elas tinham um poço e a frescura das gasosas não era do gelo mas da escuridão e da água onde o sol não podia chegar. Não havia gelo na nossa terra e só o homem do talho tinha algum mas era para gasto de casa. Todos tinham uma alcunha, o filho do «Miga» era o «Si» embora se chamasse João. Tudo era um mistério na nossa vida, a estrada era de maquedame, apareciam poucas camionetas de armazenistas de mercearia – Zé Militar ou Sebastião dos Santos Vazão de Alcobaça. Os poucos turistas perdidos ouviam a fase do costume: «Quem te escreveu que te leia!» Gostava de saber onde moras. Eu estou nos blogs «transporte sentimental» e «emboscadas do esquecimento», na Revista Ler, na Gazeta das Caldas. Gostava de saber de ti. Se alguém puder ajudar eu fico agradecido. Como diziam os cauteleiros do passado – «Há horas de sorte!»

José do Carmo
Francisco

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