Segredos da Saúde Oral – O maravilhoso mundo dos pivôs

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Afinal o que é esta coisa maravilhosa que substitui um dente que falta, que não se tira nem se mexe? O que é isto do “pivô”?
Admito que nem eu sei bem o que é esta invenção espantosa. É que não existe tal coisa em Medicina Dentária. Vejo com frequência pessoas que dizem ter posto “pivôs”, que tiveram um “pivô” que caiu, ou que querem pôr “pivôs”. Mas parece que cada um tem uma ideia diferente daquilo que é um “pivô”.
Vamos por partes, então. Quando uma pessoa perde um dente, pode perdê-lo de duas  maneiras: ou perde o dente inteiro, ou estraga só a parte de cima, chamada a “coroa” do dente – neste segundo caso, fica na boca uma parte do dente, a raiz.
Se esta estiver relativamente saudável, pode ser trabalhada e preparada, por uma série de processos, para receber dentro de si uma estrutura de suporte metálica ou de fibra de vidro – o equivalente ao pilar de apoio de uma construção.
Por cima deste, podemos então assentar uma coroa artificial, normalmente feita de cerâmica, mas que também pode ser feita de resina, de forma a ser um trabalho mais económico.
Assim se recupera um dente que se partiu os estragou, mas de que se conseguiu preservar a raiz. Mas e quando a raiz se foi também, ou está irrecuperável?
Aí é que entra aquilo que se chama o implante dentário. O implante não é, como a maioria das pessoas pensa, um dente. A melhor maneira de o descrever é como sendo uma raiz artificial, para substituir a que se perdeu. É uma raiz de titânio, em forma de rosca, que ocupa o espaço da raiz perdida – se houver osso disponível para tal – e uma vez cicatrizada, pode levar uma coroa artificial de cerâmica – muito semelhante à que se colocava sobre a raiz preparada no exemplo anterior.
O resultado de ambos é o mesmo: um dente novo. Mas há algumas diferenças.
Quando se aproveita a raiz que sobrou, há que entender que a raiz se pode voltar a estragar, mesmo que a coroa seja feita com atenção e qualidade. E nesse caso, perde-se o trabalho. É importante fazer uma manutenção cuidada, com boa escovagem e fio dentário e uma inspeção no dentista ou higienista duas ou três vezes por ano, para preservar o trabalho e proteger o investimento que foi feito.
O implante, se fôr bem tratado durante o perdido de cicatrização e de formação do osso em volta de si, é menos vulnerável a problemas – mas não é indestrutível.
E sobretudo, não permite o mesmo tipo de sensibilidade à mastigação que a raiz de um dente natural permite, e, no caso dos dentes da frente, também é mais desafiante o crescimento da gengiva de forma natural.
Melhor solução, não existe – depende tudo do estado de saúde o paciente, do estado dos seus dentes, do seu osso, se tem ainda as raízes dos dentes que perdeu e em que estado estas estão. Pessoalmente, prefiro sempre preservar as raízes se estas existirem, mas só se for possível fazê-lo e mesmo assim prever uma boa duração do tratamento.
Uma coisa é certa: o importante é não ficar sem dentes, pois os que sobram serão mais forçados e menos protegidos, e portanto terão problemas com mais facilidade. Se tem falta de dentes, fale com o seu dentista.
Hoje, as possibilidades para recuperação são muitas, e, certamente encontrarão uma adequada a si.

Luís Magalhães
luis.falcao.magalhaes@gmail.com

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