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Ano Novo, cidadania nova!
Excentricidade minha a de desejar que esta nova contagem cronológica traga notoriedade ao eleitorado da nossa região. Desta feita envolvido e participativo nas eleições, passando a ser a exceção mobilizada do país. Que a oeste finalmente se escoem as águas estagnadas contrariando a época dourada do alienamento deliberado em que vivemos.
Em calendário eleitoral, há que resistir à tentação de não nos “ser igual ao litro”, as generalidades opinativas que emitimos e partilhamos, sobretudo nas redes sociais. Nelas, dada a insuficiente participação no desenvolvimento da vida politica “os políticos” são referidos como uma entidade abstrata, uma conceção anónima, uma projeção de algo exterior, alguém difuso que não se sabe exatamente quem é, parecendo os únicos culpados do desgaste do ideal do progresso coletivo. Tomados como “farinha do mesmo saco”, pelos quais não somos responsáveis mesmo que neles tenhamos votado, ou pior, nos abstido.
Não entramos no território deles, mas queremos beneficiar que eles se interessem pelo nosso, dirigindo e organizando as comunidades e instituições sem que precisemos, por isso, “mover uma palha”.
Generalizando, produzimos juízos prévios com declarações de que “os políticos são todos uns corruptos”, o que tem impacto nocivo na esfera cívica porque gera um pânico moral, atirando “achas para a fogueira” onde já deflagra a chama fascizante.
É verdade que a reputação dos políticos “anda pela rua da amargura”, gravemente prejudicada pelos casos desonestos que, com falta de ética, falsificam certificados de habilitações, presenças em plenário, omissões imperdoáveis entre outras desonras como fraudes e logros.
“Não ponho as mãos no fogo” por nenhum, mas admito que os políticos pertencem a um círculo restrito com talento natural para a oratória, comunicando ferverosamente e expondo apaixonadamente uma ideologia, sobre a qual discorrem coerentemente. Pergaminhos que intimidam quem não os possui. Talvez seja por essa ausência de credenciais que, os pouco eloquentes como a maioria de nós, por iniciativa própria, por falta de treino ou vontade, se excluem, o que não justifica o ressentimento geral contra.
Num desvario hostil rotulamos pejorativamente os políticos desferindo um ataque sem precedentes a quem tem certificação e conhecimentos especializado em áreas singulares, para as quais é determinante ter talentos específicos e dominar competências para que se foi avalizado pelo eleitorado que os elegeu. E também uma combinação identificável de instrução, experiência e reconhecimento dos pares, aptidão que a generalidade da população não possui, argumentando que os políticos nunca fizeram nada, acusando-os rancorosamente de carreirismo.
Se há domínio onde não possa haver curiosos, é na vida politica.
No mundo da politica, se por um lado qualquer discussão informada depende de conhecimento suficiente sobre história, geografia, educação cívica e interesse na atualidade, entre formação formal e outras erudições em ciências sociais e políticas por outro, a longevidade nesta área é uma razoável garantia em se ter adquirido um nível de perícia e comprometimento, exposição, disposição e risco em se ocupar dos assuntos públicos com militância voluntária.
Façamos melhorias individuais na capacidade de deliberar, decidindo votar para o benefício de todos, reforçando a confiança naqueles que mantêm o temperamento, a dedicação e até mesmo a presunção em contribuir para o governo do país.

 

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