Uma questão laboral

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Trabalhei para a empresa Luna Gardens, no Peral (Cadaval) e quando me fez a entrevista, o Sr. Nuno disse que não me fazia contrato logo porque tinha que falar com o contabilista, que era muita burocracia, e não se estava para chatear. Como tal, também não haveria  descontos.
Se gostasse do meu trabalho, ao fim de dois meses, lá para fim de Agosto, far-me-ia então um contracto.
No dia 7 de Julho 2010 foi o meu primeiro dia de trabalho, como ajudante de jardineiro.
Dia 22 Julho foi meu último dia, mas só o soube na manhã do dia 23 quando ia entrar ao trabalho.
É que eu no dia 22 tinha pedido para sair mais cedo, devido a ter uma consulta no hospital de Caldas. Até lhe disse que levava o meu carro para os locais de trabalho. Ele não me deixou e só saí depois da hora pretendida por mim, e quando cheguei ao hospital tinha perdido a consulta.
Nesse mesmo dia enviei-lhe uma SMS a mostrar o meu desagrado por tal facto, visto que estava à espera da consulta há cerca de dois meses.
No dia 23, quando me mandou embora, disse que me pagava no domingo, dia 25, e combinamos as 11h00. Ele não apareceu. Telefonei-lhe e ele disse que se tinha esquecido.
Como estava revoltado com toda a situação, resolvi fazer queixa á ACT (Autoridade para Condições do Trabalho).
As semanas passavam e nunca mais recebia. Telefonava e enviava emails e nada.
Só após muita insistência pagou-me 200 euros em 7/9/2010.
Faltam 113,80 euros, a contar com horas extra. Mas ele uma vez disse-me que não me pagava o tempo extra,. Só os 108 euros.
Em 13 de Março de 2011 fui à sua casa (porque ele nunca me respondia meus emails) e recebeu-me bem.
Disse que não me podia pagar porque foi à sua empresa a ACT e apanhou lá um trabalhador (de Leste), nas mesmas condições que eu (ou seja: sem nenhumas) e passaram-lhe uma multa avultada.
Falei com ele pessoalmente, novamente, em 9/09/2011 e não me respondeu se pagava. Ficou cabisbaixo e em silêncio. (…)
A 12/2/2012 ele só me atendeu o telefone depois de várias tentativas da minha parte (é sempre assim, nunca atende à primeira, nem à segunda, nem à terceira). Disse-me que já não tinha a empresa, que a tinha vendido, estava a tirar um curso. Se é verdade ou não, não sei.
A 19/3/2012 fui à sua casa, toquei à campaínha várias vezes, ninguém atendeu. Também chamei na rua pelo seu nome pois percebi que estava gente em casa. Voltei a tocar, ele então veio falar comigo, estava exaltado e referiu se eu lá voltasse que me agrediria. E disse-o à frente da companheira.
Como é obvio não gostei e também lhe respondi que as ameaças podem-se virar contra quem as faz.
Mas antes de ter falado com ele, nesse dia, tinha falado com uma vizinha dele para saber se ele estava em casa. Ela disse-me que não sabia e que um sobrinho dela também trabalhou para o Nuno, há cerca de uma ano, e que ele também não lhe pagou.
Num e-mail que lhe enviei disse-lhe que se não me pagasse que colaria um papel na sua porta para os vizinhos saberem que ele não paga aos ex-empregados e que criaria também uma página no facebook a relatar a situação.
Para o pressionar psicologicamente, todos os meses, enviava e-mails. Nunca obtive uma resposta desde 2010.
Telefonava, raramente me atendia e só o faz após eu insistentemente ligar várias vezes. Já calhou só me atender após eu ter ligado cerca de 10 vezes no mesmo dia.
E desde o ano passado, que uma vez por mês, deixo um papel na sua caixa de correio com o meu NIB e também questioná-lo sobre quando me pode pagar, nem que seja em pequenas prestações. (…)

Paulo Santos


NR – Gazeta das Caldas deu conhecimento desta carta à empresa Luna Gardens, tendo obtido a seguinte resposta:

Este senhor, Paulo Santos, já há algum tempo que me tem vindo a ameaçar, através de emails, e tentando fazer pressão psicológica como ele diz.
O mesmo nunca foi funcionário da Luna Gardens nem meu funcionário.
É tudo o que tenho a dizer sobre o assunto.

Nuno Libório