Quando penso numa refeição, primeiro escolho o vinho depois passo aos outros ingredientes. Bem sei que muitas pessoas não desfrutam do vinho como parte integrante da refeição, mas faz sentido realçar os sabores e toda a complexidade aromática do vinho, tal e qual como fazemos com os outros elementos da refeição. Devemos entender toda a complexidade que existe à volta de um vinho, pois não se trata simplesmente de uma fermentação de uva. Comece por descobrir as diferenças e o que mais gosta num vinho, tal como quando escolhe uma peça de carne tem alguns cuidados, o mesmo princípio deve ser seguido para a escolha de um vinho. Que sentido tem comprar um bom bife do lombo, ou uma carne maturada e acompanhar com o vinho de qualidade inferior. Criemos um equilíbrio: o resultado final de um casamento de sabores, passa pela qualidade dos ingredientes, pela sua preparação e sensações que proporcionamos a nós e aos outros.
Harmonizar sabores, passa a ser tarefa mais fácil, quando descobrimos o nosso estilo de vinho e de comida. Gostos não se discutem, mas podemos explorá-los. Importante ter em conta vários aspetos que nos podem a levar a uma refeição mais prazerosa. Desde logo, entender que os vinhos são todos diferentes, dentro do mesmo estilo encontraremos múltiplas variedades, dependo da uva, do terroir e da mão do enólogo. Um branco não é simplesmente um branco, pode ser leve, suave, encorpado ou envelhecido em madeira.
Segundo, ter em conta que devemos respeitar sabores, tanto do vinho como da comida, proporcionando uma evolução sensorial, iniciando a refeição do mais suave para o mais complexo, de forma a não matar os sabores, por exemplo quando comemos algo doce ou mais condimentado, de seguida tudo se apresenta com um gosto diferente.
Sabia que o tipo de copo, a temperatura e modo com servimos o vinho pode alterar o sabor final? Experimente ou dê a experimentar o mesmo vinho em copos diferentes e retire conclusões.
As ligações são ilimitadas, nada como experimentar. Atenção aos pratos com ingredientes muito ácidos (vinagre, limão, etc.) não têm a melhor ligação com o vinho. ■